Cultura & Lazer Titulo A Favorita
Colheita de Elogios
Gabriela Germano
Da TV Press
16/09/2008 | 07:16
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Com 22 anos de carreira, Gisele Fróes não sabe dizer ao certo por que demorou tanto tempo para fazer televisão. Como a forte e charmosa Lorena, da novela das nove da Globo, A Favorita, ela parece estrear na TV, mesmo depois de já ter feito Sinhá Moça como Nina, em 2006. "Ainda me cobro muito. Mas chegará a hora em que vai ser mais natural para mim", revela Gisele.

Renomada atriz de teatro, que já chegou a ganhar um prêmio Shell na peça Deve Haver Algum Sentido em Mim que Basta, ela agora é reconhecida nas ruas e já recebeu elogios públicos do autor João Emanuel Carneiro. Não poderia estar em melhor fase. "Faço um trabalho de investigação de mim como atriz. Hoje não questiono mais se era isso que eu queria porque estou realizada", resume.

Você é uma profissional bastante reconhecida no teatro e já chegou a ganhar um Prêmio Shell de melhor atriz. Mas a visibilidade veio com a TV?

GISELE FRÓES - O reconhecimento me surpreende o tempo todo. Estes dias eu estava em uma loja e uns angolanos vieram falar comigo dizendo que eu era a filha do Copola. Eles vêem a novela em Angola. Quando fiz Sinhá Moça, não foi tão rápido assim. No caso de A Favorita, apareci em um dia e no outro as pessoas já vinham falar comigo. Geralmente são os homens que me abordam. Perguntam se eu quero que eles batam no meu marido. As mulheres também dizem para eu abrir o olho com a minha irmã. Eles querem proteger a personagem. Acho um barato essa resposta do público.

Em entrevista coletiva recente, João Emanuel Carneiro fez elogios à sua performance em A Favorita. Como você recebeu a aprovação pública do autor da novela?

GISELE - Quando vi as palavras dele nos jornais fui assistir ainda com mais atenção aos capítulos. Assisto as cenas e penso: ‘Nossa, de onde vem tantos elogios? Não é para tanto'. Mas, de qualquer forma, é sempre legal ser elogiada por um autor. Porque esse reconhecimento se estende. Vejo que os meus colegas e as pessoas na rua também estão me curtindo. Isso faz com que eu corra mais atrás, me esforce ainda mais, porque nada vem barato.

Por que você demorou tanto tempo para se apresentar na TV? Tinha preconceito?

GISELE - Nunca corri atrás de emprego nenhum. As coisas no teatro foram acontecendo. Achava que meu caminho era nos palcos, pensava que um dia faria televisão, mas achava difícil. Estou nessa profissão desde 1986, mas a sensação que tenho é de que tudo está acontecendo na hora certa.

Esse era o melhor momento? Por quê?

GISELE - Porque eu me satisfazia com o teatro. Encontrei pessoas maravilhosas no meu caminho, como o Domingos Oliveira, o Aderbal Freire-Filho. Depois encontrei o Jefferson Miranda, e rolou uma sintonia total entre nós. Mas um dia percebi que queria fazer outras coisas, conhecer outros mundos. A gente é biscateiro, aceita as propostas que vão surgindo. Para fazer essa novela tive de abrir mão de outras coisas. Mas isso é ter opção, e ter opção é bom.

Seguir a carreira de atriz também foi uma opção, mesmo sendo filha do ator Rogério Fróes?

GISELE - É claro que há uma influência, mas eu nunca tinha feito nada na área até uma amiga me chamar para fazer aula de acrobacias. Eu já tinha uns 18 anos. Fiquei louca por aquilo e quem integrava o grupo era o Moacyr Góes. Na época, ele ia dirigir a sua primeira peça e me chamou. Foi um alívio porque não sabia direito o que queria fazer da vida. Não parei nunca mais.




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