O dólar no mercado à vista ampliou a queda em meio ao anúncio da Política de Desenvolvimento Produtivo pelo governo federal, que para alguns analistas de mercado tende a ter impacto marginal na recuperação das exportações brasileiras.

O recuo das cotações foi assegurado pelo fluxo financeiro positivo e a alta das Bolsas com a queda simultânea do petróleo e do dólar ante o euro.

A confirmação do fundo soberano brasileiro e de que o funding desse fundo virá do superávit primário elevou a expectativa de que o governo poderia anunciar ontem eventual aumento do superávit primário para 2008, que está em 3,8% do PIB, como forma de ajudar no combate à inflação.

O mercado de juros, inclusive, se apegou à possibilidade de aumento na meta de superávit primário como forma de evitar um aperto mais forte na Selic, para devolver uma parte dos prêmios acumulados na semana passada. A Bovespa, por sua vez, beneficiou-se dos ganhos dos índices acionários internacionais para renovar o recorde de pontuação, o quinto deste ano. As ações da Petrobras subiram antes do anúncio do balanço do primeiro trimestre, que mostrou aumento de 68% no lucro líquido para R$ 6,925 bilhões.

O dólar fechou em baixa pela segunda sessão seguida, cotado a R$ 1,664 (-1,28%) na roda da BM&F e a R$ 1,665 (-1,25%) no balcão.

Ingressos financeiros de uma empresa do setor de papel e celulose estimados pelo mercado em cerca de US$ 350 milhões teriam culminado com a alta das Bolsas em meio ao recuo do petróleo e do dólar ante o euro e com notícias domésticas ligadas à inflação, à Política de Desenvolvimento Produtivo lançada ontem e perspectivas de fluxo positivo.

Esse conjunto de fatores elevou a confiança do mercado à venda de moeda, e o pronto atingiu as mínimas de R$ 1,6632 (-1,32%) na BM&F e de R$ 1,663 (-1,36%) no balcão.