Carregar baldes cheios de água escada acima por até cinco andares. Há mais de 20 dias essa é a rotina dos moradores de um conjunto habitacional na Rua Independência, na vila de mesmo nome em Mauá. A água chega somente até a torneira de registro que fica nos fundos de cada prédio. Para poder realizar trabalhos rotineiros, como lavar a louça, limpar a casa e até mesmo tomar banho, moradores precisam ir até essa torneira.

“Desde o início do problema entramos em contato com a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). Uma equipe veio até aqui, mas disse que a parte deles já foi feita e a água está chegando até a torneira. O problema é que dentro de casa não entra uma gota. Pedimos caminhão-pipa para encher a caixa-d’água, mas eles se recusam a mandar”, reclama a dona de casa Silene Cavalcante Barros, 37 anos, que ontem resolveu lavar os cabelos na torneira do lado de fora em protesto.

No conjunto vivem 120 famílias, divididas em seis prédios. Segundo os moradores, além de a água não chegar dentro dos apartamentos por falta de pressão, durante o dia a torneira do lado de fora sempre fica seca. E nos fins de semana, os vizinhos chegam a passar até 12 horas sem o recurso.

“A gente chega cansado do trabalho e ainda tem que descer com baldes para poder preparar a janta. Precisamos esquentar a água no fogão e tomar banho de canequinha. No mês passado ficamos nove dias sem água dentro dos apartamentos e, mesmo assim, minha conta não baixou”, reclama a auxiliar de classe Graziele Correia, 34.

Durante a madrugada, os moradores chegam a ouvir barulho da água voltando nos canos, mas não passa disso nos apartamentos mais altos. Pela torneira o líquido não sai.

Procurada, a Sama não deu explicações sobre o problema até o fechamento desta edição.