Estudantes da Educação Infantil de Mauá permanecerão quatro horas na escola, conforme prevê a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a partir de 2013. Apesar de benéfica para os alunos, a ampliação do horário, que atualmente é de três horas e meia, causa polêmica entre os docentes que cumprem jornada de 22 horas semanais.

A proposta da Prefeitura é ampliar a carga horária para 25 horas por semana com alteração do salário de R$ 1.220,40 para R$ 1.386,82. O problema é que nem todos os docentes concordam com o aumento do tempo de trabalho, tendo em vista que muitos lecionam em dois municípios e teriam menos tempo para se deslocar.

Além disso, os profissionais têm medo que, com a mudança, não seja mais permitido acumular duas salas de aula na rede de Mauá (40 horas de trabalho por dia). Outro receio é que aqueles que não aceitarem a proposta de ampliação da jornada, que não é obrigatória, sofram retaliações na atribuição de aulas, programada para quinta-feira.

Uma professora que preferiu não se identificar destaca que após ter se negado a aceitar a alteração na jornada de trabalho, passou de 14ª para 54ª na fila para escolha das salas de aula em que deseja trabalhar. "Conforme for, consultaremos um advogado e entraremos na Justiça", ameaça.

De acordo com o diretor do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos, Autárquicos e Câmara Municipal) de Mauá, Alan Márcio de Souza, foi formada comissão e agendada para amanhã reunião entre representantes dos docentes e da Prefeitura para cobrar explicações sobre a mudança.

Mauá tem atualmente 1.500 professores e, com a organização da rede de ensino, 19 escolas e um núcleo de Educação passaram a atender em apenas dois períodos, o que ampliou a permanência dos alunos nas unidades. As demais 17 escolas continuam a atender em três períodos.