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Diadema continua sem ônibus nesta sexta-feira

Paralisação dos motoristas da empresa MobiBrasil foi iniciada na madrugada de ontem

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
23/05/2014 | 07:00
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A greve de motoristas e cobradores de ônibus da Viação MobiBrasil, responsável pela operação de 32 linhas municipais e intermunicipais que atendem Diadema, São Bernardo e a Capital, segue por tempo indeterminado. A paralisação, iniciada na madrugada de ontem, afeta 90 mil usuários do transporte coletivo.

Os cerca de 800 funcionários da empresa, com sede na Capital, divisa com Diadema, reivindicam equiparação salarial com os profissionais do Grande ABC. Enquanto motoristas e cobradores da Viação MobiBrasil recebem R$ 1.850 mensais, os colaboradores da região têm vencimento médio de R$ 2.500. A presença de cobradores nos veículos também é um pedido da categoria, uma vez que 70% dos condutores cumprem dupla função.

“Estamos há muito tempo nesta situação de desrespeito. Somos obrigados a dirigir e cobrar ao mesmo tempo, o que é perigoso”, destaca motorista da empresa há dois anos e meio, que prefere não se identificar. A reivindicação inclui ainda equiparação do vale-refeição, de R$ 375 atualmente, e aumento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 400 para R$ 800.

Os trabalhadores passaram o dia em frente à garagem da empresa, como forma de protesto pacífico, mas se negaram a formar comissão para participar de reunião com a empresa por receio de represálias.

De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Francisco Demontie, o Die, está sendo aguardado o agendamento de audiência de conciliação entre a MobiBrasil e os funcionários no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). “Apresentamos a proposta da empresa aos trabalhadores e eles a recusaram. Agora vamos aguardar que o juiz decida”, destaca.

A viação informou, por meio de nota, ter fechado com o sindicato da categoria dissídio de 8%, aumento de 11% no vale-refeição e plano de saúde integral na sexta-feira. Na manhã de ontem, contudo, foi surpreendida pela greve dos motoristas e cobradores.

Os profissionais cobram ainda apoio do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), que teria prometido durante campanha eleitoral, segundo eles, que todas as linhas municipais teriam a presença de motorista e cobrador.

A Prefeitura de Diadema respondeu que projeto de lei de autoria do vereador José Dourado (PSDB) pede o fim da dupla função. A proposta já passou por votação em primeira instância, na Câmara de Vereadores, no entanto, a empresa MobiBrasil entrou com liminar na Justiça e a administração aguarda o julgamento.

TRANSTORNOS

Na tentativa de minimizar os transtornos, a Viação Benfica, responsável pela operação de 26 linhas municipais, aumentou sua frota em 37 ônibus. A empresa transporta cerca de 78 mil pessoas diariamente.

Pegos de surpresa, os passageiros não tiveram outra alternativa a não ser esperar por longos períodos nos pontos de ônibus e embarcar em coletivos lotados na manhã de ontem. O resultado foi o atraso no trabalho. Já no fim da tarde, muitos optaram pela carona para chegar em casa.

No Terminal Diadema, no Centro, a movimentação era intensa no início da noite de ontem. Funcionários informavam, por meio de sistema de auto-falante, quais linhas não estavam operando e quais estavam com intervalo de circulação ampliado.

“Não estava preparada para a greve. Fiquei mais de uma hora no ponto esperando pelo ônibus, que veio lotado, e cheguei no trabalho com mais de uma hora e meia de atraso”, destaca a ajudante de cozinha Izabel Casali, 31 anos. Na volta para casa, a moradora do Jardim Inamar contou com carona de um primo.

Para chegar ao trabalho, a doméstica Nilzete Chagas de Paula, 57, teve ajuda da patroa. “Ela me buscou no meio do caminho, depois que eu já tinha caminhado cerca de meia hora”, comenta a moradora do bairro Guacuri, na Capital, e que trabalha no Centro de Diadema.




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