Vereadores aliados do governo Marinho
aceitam explicações da secretária de Educação
A secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT), reuniu ontem 12 vereadores da base governista para minimizar mais adesões de parlamentares situacionistas à CPI dos Uniformes proposta pela oposição para investigar denúncia de superfaturamento e direcionamento na licitação de 2009 para compra de kits escolares à rede.
Durante uma hora e meia de uma tensa reunião, Cleuza explicou aos vereadores aliados do governo Luiz Marinho (PT) os trâmites dos pregões de compra dos uniformes e dos materiais escolares, qualidade do produto adquirido e refutou irregularidades. Conseguiu, em princípio, abafar qualquer movimento de apoio à CPI. Havia possibilidade de novas adesões à comissão investigativa depois que o governista José Alves da Silva, o Índio (PR), assinou documento a favor da apuração pela Casa – o republicano não participou do encontro.
Sobre indícios de superfaturamento na aquisição de material escolar, a secretária afirmou que a Prefeitura pagou pelo melhor produto vendido no atacado. Relatório feito pela oposição mostrou sobrepreço de todos os itens licitados. Na cola bastão de 20 g, há variação de até 411% – loja varejista oferece a cola por R$ 0,90 enquanto a administração depositou R$ 4,60 por unidade.
Cleuza citou, de maneira evasiva, o caso de Sérgio Moreira, seu braço-direito no setor de licitações da Pasta de Educação e apontado pelo Gaeco ABC (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado) como integrante do grupo que fraudou os editais em 2009 na compra de mochilas e tênis.
Aos parlamentares, a petista disse que Sérgio Moreira é especialista jurídico em concorrências públicas e que foi solicitado pelo departamento de compras na área da Saúde da FUABC (Fundação do ABC). Ela negou que a saída do servidor da Secretaria de Saúde tivesse motivação na investigação do Gaeco ABC.
O titular da Educação levou à reunião toda sua equipe técnica e também o secretário de Governo, José Albino (PT), como forma de enfraquecer qualquer insinuação a favor da CPI. Trouxe amostras dos uniformes que começam a ser distribuídos à rede pública e peças que integram o kit de material escolar.
Defendeu também a adesão à ata de preços da FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), do MEC (Ministério da Educação), para compra de material escolar alegando que o município economizou R$ 8 milhões. Pais contestaram a qualidade do produto oferecido aos alunos.
“Ela (Cleuza) convenceu toda a base governista. Temos certeza de que o município comprou produtos de excelente qualidade e por valor de mercado”, disse o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT).
Na quarta-feira, parlamentares governistas levarão os materiais licitados para a sessão legislativa. Segundo eles, Cleuza se colocou à disposição para explanar os editais na Casa.
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