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Um beijo, pai

Recentemente, o Brasil inteiro ficou atônito ao saber da violência sofrida por um pai ao dar um beijo em seu filho

Por Carlos Ferrari
10/08/2011 | 00:00
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Recentemente, o Brasil inteiro ficou atônito ao saber da violência sofrida por um pai ao dar um beijo em seu filho. O homem perdeu uma parte da orelha, pois foi confundido por seu agressor com um homossexual. A notícia chocou o País, e fez com que cidadãos de diferentes segmentos e classes sociais passassem a discutir os impactos da intolerância dentro de nosso cotidiano.

Para mim, a história foi particularmente marcante. Lembro de acordar em meio às madrugadas frias, com o barulho de uma porta se abrindo, e logo em seguida um beijo no rosto e sempre a mesma frase, "Deus te abençoe". Era meu pai chegando do trabalho, e cumprindo um ritual, que reafirmava a certeza de um amor incondicional. A demonstração de carinho se configurou ao longo dos anos em uma forma simples, porém bastante concreta de consolidar uma relação de confiança entre meus pais e eu.

Foi por meio do fortalecimento de vínculos baseados no amor que descobri valores, como respeito, honestidade e a importância da família e dos amigos para um bom convívio social.

Na semana do Dia dos Pais, quero convidar você, leitor, para pensarmos juntos no papel revolucionário do afeto. Nossa vida acelerada e recheada de compromissos com agendas no mundo real e virtual, por muitas vezes nos faz esquecer do efeito transformador de um abraço, de um sorriso, de um beijo carinhoso.

Em tempos de consumo exacerbado, diferentes veículos midiáticos reforçam a mensagem de que um presente pode traduzir sentimentos. É claro que comprar algo bacana para aqueles que amamos é sempre muito prazeroso, mas sem dúvidas, não é o suficiente.

Fiz uma pequena pesquisa com amigos que já são pais há mais tempo do que eu. Perguntei a eles quais os últimos dez presentes que ganharam no Dia dos Pais. Todos se esforçaram, porém não conseguiram encontrar na memória a resposta em 100%. Então, pedi para que eles me contassem, desconsiderando o presente, como havia sido os últimos dez anos, considerando também o seu dia.

Para minha surpresa todos lembraram dos almoços, contaram histórias, e se emocionaram falando de pequenos detalhes, como por exemplo, quando eram acordados de surpresa pelos filhos pulando na cama.

O próximo domingo pode ser para muitas famílias um momento para recomeçar. Para outras tantas poderá ser o dia de reafirmar a importância de estarem juntos e manifestarem sentimentos.

Pessoalmente, vou viver um momento especial. Será minha primeira vez na condição privilegiada de filho e pai. Ainda não sei o que vou dar de presente e também não imagino o que devo ganhar da minha bela Catarina. Tenho certeza, porém, que viveremos bons momentos e desse dia ficarão boas histórias para lembrar.




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