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Parceria com governo garantiu avanços

Em dezembro de 2006, com a força da UNC (União Nacional da Construção), o setor propôs pacto ao governo

Por Cláudio Conz
06/01/2011 | 00:00
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Surpreendentemente, na entrega do balanço do governo em dezembro, fui convidado para, em nome do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República), representar os empresários saudando as autoridades presentes, já que o conselho tem em seus quadros personalidades com muito mais experiência e merecimento do que eu para tal. À frente de tão seleta plateia, discorri sobre como conheci o presidente Lula, no primeiro mês após a sua posse. Na ocasião, o objetivo era o de convidá-lo a visitar a Feicon Batimat, que mesmo sendo uma das mais importantes feiras do mundo, nunca havia tido a honra da visita de um presidente da República. Exatos 60 dias após nosso encontro, lá estava o presidente circulando pelos corredores da feira e abrindo nova fase no relacionamento entre o setor e o governo.

Deste processo, a pedido do presidente, a Anamaco se envolveu apoiando o Ministério das Cidades para instalar o Conselho das Cidades. Assim círculo virtuoso teve início. Em 2006, o governo fez importante redução do IPI para materiais de construção, fato inédito na história republicana deste País.

Em dezembro de 2006, com a força da UNC (União Nacional da Construção), o setor propôs pacto ao governo reeleito. Nós garantiríamos crescimento do PIB quatro anos seguintes, se observados os projetos que estávamos entregando: estudo feito a pedido da UNC pela Fundação Getúlio Vargas. De nossa parte, garantíamos 2,9% do PIB ambicionado de 5% na média anual, mesmo que a cadeia produtiva da construção representasse apenas 13% de todo o mercado brasileiro.

Em janeiro de 2007, com o lançamento do PAC, vimos grande parte de nossas propostas serem contempladas. No dia 7 de janeiro de 2009, fui convidado para fazer parte do GAC (Grupo de Acompanhamento da Crise) e hoje chamado de Grupo de Avanço do Crescimento. Na sala de reuniões do Conselho Monetário Nacional, vendo os participantes e integrantes dos setores mais diversos, confesso que temi pelo Brasil. A situação internacional havia se deteriorado de tal forma que era inevitável contaminar o País, apesar dos alertas do presidente de que a crise seria apenas marolinha para nós.

Sentado à frente dos ministros da Fazenda, da Indústria e Comércio e do presidente do Banco Central, testemunhei a importância dessas relações entre governo e entidades representativas, pois a cada reunião mensal, integrantes do governo respondiam com destravamentos, apoios, alterações, liberando as amarras que a crise fazia antever e cujas consequências seriam altamente danosas para o País.

Ao fim de março de 2009, foi lançado o Minha Casa Minha Vida, com proposta de se construir 1 milhão de casas, meta que será atingida antes de o programa completar dois anos. Já terminamos 2010 com mais de 900 mil unidades contratadas, além de nova rodada de desoneração e redução do IPI para os materiais de construção.

Os resultados são notáveis. No período do governo Lula, a economia cresceu 37,3% (média anual de 4%). As exportações do País mais que triplicaram. A inflação caiu de 12,5% para 5,6% ao ano. A taxa básica de juros reais cedeu de 15% para 6%. O desemprego foi reduzido à metade. A dívida externa com o FMI foi paga e mais de 14 milhões de empregos foram criados.

Seu maior êxito é expresso numa relevante melhora nas condições de vida dos mais pobres. Esse período foi marcado pelo crescimento econômico, expansão dos programas de transferência de renda, crédito popular e aumento do salário-mínimo. A população mais carente diminuiu de 33% dos brasileiros em 2001 para 15,5% em 2008. Voltando à ocasião do nosso encontro com o presidente em dezembro, ao terminar meu discurso, reafirmei que estamos preparados para dar todo o apoio a presidente Dilma.




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