Marjorie Estiano jura que está segura para interpretar sua primeira protagonista na TV. Com apenas duas novelas em seu breve currículo televisivo, a paranaense de 25 anos diz que se preparou com afinco para fazer a lacrimosa Maria Paula em Duas Caras.

Confortável em seu contrato na Globo até 2010, a atriz assegura que não se amedronta com a falta de experiência – até agora só fez a vilãzinha Natasha em Malhação. Logo depois, ganhou destaque como a sofrida Marina, filha do alcoólatra Bira, de Eduardo Lago, em Páginas da Vida.

Foram apenas quatro anos de carreira até Aguinaldo Silva a convidar para viver uma mocinha romântica na trama das oito. “Achava que fazer uma coadjuvante seria o caminho normal. Mas quero retribuir a confiança do Aguinaldo com boa atuação”, diz, com sua voz pausada e tranqüila.

Na trama dirigida por Wolf Maya, Marjorie é uma órfã rica que reside numa bela mansão no Sul do País. Após perder os pais num acidente de carro, sua vida muda por completo e ela acaba caindo na lábia do bandidão Adalberto, de Dalton Vigh.

“Nesta primeira fase, ela ainda vive em um mundo cor-de-rosa, meio alienada”, descreve a atriz. De um dia para o outro, a personagem perde toda sua herança. A partir daí, Maria Paula muda-se para São Paulo e tenta reconstruir sua vida. Pobre e desiludida, vira caixa de supermercado para sobreviver. “Ela muda completamente. Fica mais fria e sóbria, definitivamente com os pés no chão”, esmiuça.

Para caracterizar a personagem, a atriz mudou de visual para a primeira fase da novela, que se passa aproximadamente em 1996. “Ela é meio patricinha. Tive de mudar meu estilo”. Após o golpe, ela se transforma numa mulher mais racional, corta o cabelo e fica com um look urbano.

Segundo Marjorie, sua maior dificuldade foi compor rapidamente dois personagens. “Sinto dificuldades que serão superadas com o tempo. Isso agrega experiência”, avalia.

Experiência, inclusive, é o que mais lhe falta. Marjorie ainda não se sente totalmente adaptada à TV. A localização das câmeras e a falta de seqüência na ordem das gravações são sua maior dificuldade.

Para superar a atuação ainda crua, Marjorie se apóia na experiência de grande parte do elenco. Para ela, a presença de nomes como Antônio Fagundes, Susana Vieira, Stênio Garcia e Marília Pêra, por exemplo, lhe traz uma certa segurança.

“Aprendo com todos, principalmente com os que contraceno diretamente, como o Caco Ciocler, Totia Meirelles e o Dalton Vigh”, elogia. “Agora só falta me darem uma vilã de verdade”, torce.