O São Paulo jogou muito mal e quase perdeu do Ipatinga em pleno estádio do Morumbi. Contrariando todas as previsões a torcida que enfrentou o frio não comemorou a vitória que era dada como certa.

Após o jogo, Muricy Ramalho foi coerente ao comentar a atuação fraquíssima do seu time, dizendo que enquanto não se fechar o período de transações com clubes do Exterior muitos jogadores estarão desatentos e desinteressados.

Foi uma fustigada em alguns atletas que devem sair do São Paulo. Alex Silva, Miranda, Hernanes e Richarlysson, entre outros, segundo Muricy, ouvem o canto da sereia, conversam com pessoas erradas, sem iludem, perdem o foco e acabam prejudicando suas equipes atuais.

Lamentavelmente, a realidade do País e do futebol nos leva a essa situação. Todos os técnicos das grandes equipes sofrem o mesmo problema e até o fechamento da janela de transações terão de conviver com isso.

A SUGESTÃO DE LULA
Recentemente, numa solenidade no Palácio do Planalto, o presidente Lula fez uma sugestão: ele gostaria que a Seleção Brasileira fizesse um teste e jogasse as eliminatórias apenas com jogadores que atuam no País.

Lula tem suas razões ao observar que os atletas que estão na Europa vivem outra realidade. E não estão tão interessados assim em defender a seleção. Por exemplo, como se sabe, particularmente no caso da Olimpíada, desconfia-se que Kaká fala uma coisa para os dirigentes do Milan e outra para os microfones.

O maior problema que a seleção enfrentaria caso a idéia de Lula fosse adiante é que o técnico teria de montar um time diferente a cada convocação. Porque basta vestir a camisa amarela para se valorizar e arrumar uma boquinha em mais de 130 países que importaram nossos jogadores.

Não há saída. Realmente devem ser convocados os melhores, estejam onde estiver.

ÁFRICA DO SUL
Joseph Blatter esteve no país-sede da Copa de 2010. Não disse com todas as letras, mas sua impressão foi a pior possível. As obras de infra-estrutura e os estádios estão completamente fora dos prazos de conclusão.

Não é difícil arriscar que, se não mudar o quadro atual, não será possível realizar um Mundial naquele país. Foi por isso que Blatter afirmou recentemente possuir um plano B para o caso de uma previsível tragédia.

O governo local está pressionado e preocupado. E, se não fizer o que prometeu, haverá uma crise internacional no futebol.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. www.marciobernardes.com.br