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Casal de adolescentes volta para casa
Do Diário do Grande ABC
12/06/1999 | 13:28
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O casal de adolescentes que estava desaparecido desde quarta-feira reapareceu na noite de sexta-feira(11). "Era uma aventura", contou Nathália Soraggi da Costa, de 13 anos. "Mas descobri que nao valeu a pena, senti muito medo." Nathália e Daniel de Souza Abrantes Coelho, de 14 anos, estavam em Carmo da Mata (MG) e voltaram de carona. Os dois estao bem, mas a moça garantiu que o namoro acabou. "Eu nao tenho mais namorado", limitou-se a dizer.

Nathália e Daniel se conheceram em um chat (grupo de conversa) na Internet há dois meses. Em pouco tempo eles começaram a trocar longos e-mails e a se falar por telefone. Na sexta-feira da semana retrasada se conheceram pessoalmente. Foi entao que decidiram fazer o passeio.

Segundo eles, nao havia intençao de fugir de casa. "Escolhemos essa cidade porque Daniel já havia passado por lá em um passeio da escola e a tinha achado bem bonita", explicou Nathália.

Os dois tomaram um ônibus para a cidade mineira às 12h de quarta-feira. Nathália tinha R$ 40 e Daniel R$ 35. Os jovens chegaram a Carmo da Mata por volta das 19h e passaram a noite em um hotel. "Senti muito medo", contou Nathália, sem explicar a razao de seus temores.

"Quando ela se viu sozinha, ficou querendo os pais, a segurança da família", explicou a mae da adolescente, a psicóloga Suzana Soraggi da Costa. Na manha de quinta-feira, já sem dinheiro, os dois resolveram pegar carona para voltar ao Rio.

"Foram diversos caminhoes até conseguirem chegar, por volta das 23h", contou Suzana. Daniel desceu do último caminhao na avenida Brasil, na altura de Parada de Lucas, onde mora, e deixou a namorada seguir sozinha para Niterói, a cerca de vinte quilômetros de distância. O motorista nao deixou Nathália em Icaraí, bairro em que mora, mas na avenida do Contorno, no centro de Niterói. Um casal que passava de carro e sabia do sumiço da jovem pelos jornais a levou até em casa.

"Daniel chegou em casa muito antes, mas a família dele sequer ligou para dizer que eles já tinham voltado", reclamou Suzana. "Soube por um repórter que ligou para cá." Como Nathália nao chegava em casa, Suzana, desesperada, foi para a ponte Rio-Niterói e começou a parar os caminhoes que passavam em busca da filha. O pai da jovem, o engenheiro Ricardo Soraggi da Costa, foi para a Rodoviária do NovoRio e pediu a um parente que ficasse de vigília no Terminal Rodoviário de Niterói.

"Nao aconselho ninguém a fazer o que eu fiz", afirmou Nathália, que fez questao de falar com a imprensa. "Acho também que namoro virtual nao dá em nada, nao vale a pena." Suzana fez um apelo às autoridades para que os menores de idade sejam proibidos de viajar sem autorizaçao dos pais. De acordo com a lei em vigor, os maiores de 12 anos que estiverem com documento nao precisam de autorizaçao.

Daniel e seus pais, Luiz e Edna de Souza Abrantes Coelho, nao quiseram dar entrevistas. Por telefone, Edna limitou-se a informar que Daniel estava bem.




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