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FHC está livre das amarras políticas, diz ACM
Do Diário do Grande ABC
14/10/1999 | 09:17
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Entrevistado no Espaço Aberto, da Globo News, o presidente do Congresso, senador Antônio Carlos Magalhaes (PFL-BA), disse acreditar que o governo Fernando Henrique tem salvaçao, especialmente porque, segundo ele, o presidente está agora livre de amarras políticas.

"Na medida em que ele nao tem compromissos com relaçao ao futuro, ele tem que fazer aquilo que é certo, independentemente de partidos políticos, seja da base aliada ou nao. Na hora que ele disser: 'eu só faço o que o Brasil quer, o que o brasileiro deseja', ele vai governar melhor. Mas ele fica um pouco preso à área política, e a área política nem sempre faz as coisas que deve", disse.

E sobre o papel do PFL neste tocante, afirmou: "Nós também temos responsabilidade; nós elegemos Fernando Henrique e nao podemos entregá-lo às feras". E acrescentou: "Eu tenho um elo que é muito importante em relaçao ao presidente da República, para mim, que é a memória do meu filho Luiz Eduardo. Eles eram muito amigos, e eu nao farei nada, a nao ser que seja provocado demais, para desgostar de Fernando Henrique", afirmou.

ACM também reconheceu ser o nome mais provável de seu partido para a disputa presidencial de 2002, mas que se as eleiçoes fossem hoje certamente nao sairia o vencedor.

"Eu acredito que, no meu partido, eu seja hoje o nome mais provável, mas isso nao significa que nós temos força para eleger (um presidente). Eu nao vou concorrer nunca a uma eleiçao se eu nao tiver grandes possibilidades. Até porque eu gosto do Senado, e acredito que os baianos me reelejam se eu for candidato. Entao, eu nao vou em nenhuma aventura. Evidentemente, você vai sempre para disputar, mas pode ganhar ou perder. E você sabendo que vai perder, só para botar na sua biografia que foi candidato a presidente da República! Isso fica bem para Ruy Barbosa, para ACM nao. Hoje, eu nao tenho certeza se ganharia. Se você me vir candidato, é porque eu acredito que vou ganhar. Hoje, eu nao acredito", afirmou.

O senador Antônio Carlos Magalhaes criticou mais uma vez o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Velloso, arremessando também farpas contra determinados setores do Judiciário.

"O Supremo nunca foi tao politizado como está agora. O juiz do Supremo falava nos autos, agora fala mais na imprensa do que determinados políticos. E o presidente do Supremo gosta disso. Ele tem um temperamento muito mais político do que de juiz. De maneira que ele está sempre querendo uma oportunidade para dizer alguma coisa. Outros ministros do Supremo, evidentemente, nao pensam assim. Eles têm uma firmeza de atitude, de discriçao, e alguns destes estao à beira da saída e temos que lamentar bastante", afirmou. E acrescentou: "Mas, de qualquer maneira, eu respeito muito o Supremo Tribunal Federal. Acho que eles merecem o respeito de todo o país. Eles nao praticam lá o nepotismo. Neste caso da Previdência, eu acredito que eles tenham procurado votar corretamente. Agora, colocar em pauta agora, é uma inabilidade, quando nao se deu o teto que eles desejavam de 12,7 mil reais. Entao, quando nao se deu este teto, eles votam imediatamente? O povo pensa que é uma represália, uma retaliaçao. O Supremo nao pode fazer isso. Houve uma inabilidade. Mas isso nao quer dizer que houve uma incorreçao", disse.

"O ministro Velloso daria um bom deputado, ou senador. Mas como ministro do Supremo ele exagera na apariçao", disse ACM.

"O Judiciário brasileiro nao é ágil, é preguiçoso, às vezes corrupto, e conseqüentemente nao honra o país", acrescentou o senador. Com relaçao à questao da Previdência, ACM declarou: "O país quebra se nao consertar a Previdência. E muita gente já nota, mesmo entre os petistas; todos (os governadores) já estao vivendo este problema, chamando a atençao de seus partidos. Se nós nao dermos soluçao para Previdência rápida, cada dia é uma sangria tremenda para os cofres públicos nacioniais, estaduais e municipais", concluiu.




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