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Sesc Itaquera terá parque de diversao a partir desta 2ª
Por Do Diário do Grande ABC
30/04/2000 | 15:37
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Poucos arquitetos no país têm o repertório cenográfico e cenotécnico de J.C. Serroni. No entanto foi na memória de sua infância em Sao José do Rio Preto, interior paulista, que ele pesquisou os fundamentos para o projeto do Espaço de Aventuras, um parque de diversao infantil que será inaugurado nesta segunda-feira, no Sesc Itaquera, em sao Paulo. O espaço lúdico, que o cenógrafo prefere definir como um grande brinquedo abre esta segunda, às 10 h, após três anos de construçao.

A área criada pelo autor de importantes cenários na história do teatro adulto e infantil é essencialmente diferente dos parques temáticos que surgem a cada estaçao do ano. A começar pelas formas, o grande brinquedo de Serroni nao tem nada da linguagem simétrica que toma conta dos pequenos consumidores de bytes: tudo no parque é orgânico, curvilíneo, irregular e imprevisível. As cores também fogem do padrao dos similares. "Nao utilizei cores primárias e secundárias", conta o arquiteto. "Pelo contrário, tudo foi colorido por nuances sutis o que é bem diferente do que as crianças de hoje estao acostumadas a ver."

Mais do que a preocupaçao com o entretenimento estético, o cenógrafo cuidou para que o espaço obrigasse os pequenos a suarem as camisetas pelos 4 mil metros quadrados de parque. A estrutura inteira funciona como um grande labirinto, onde um brinquedo leva a outro. "A idéia principal é devolver a liberdade e a movimentaçao do corpo que as crianças de hoje pouco conhecem", acrescenta.

Essa preocupaçao em trazer de volta a cultura infantil pré-computador também era uma das premissas das pesquisas feitas para as peças de Vladimir Capela. Mas a lógica do parque, conta Serroni, vem de uma experiência bem anterior. "Quando era menino, descobri por uma fresta, um porao embaixo do ginásio onde meu pai trabalhava", recorda. "Pouco tempo depois meus amigos e eu já havíamos instalado até mesmo uma pequena fiaçao elétrica."

O mesmo encanto que o arquiteto sentiu pelo esconderijo - semanas depois descoberto pelos adultos -, ele pretende despertar nas crianças. Depois de atravessar os grandes desafios ao fôlego, como os trepa-trepas de madeira, os visitantes encontram um labirinto no qual Serroni enxertou pequenos nichos dentro de uma imensa montanha, onde objetos e pegadas sugerem pistas da existência de um grande monstro que nunca aparece. "Sao coisas que essa criatura usa no seu dia-a-dia", explica ele. O ponto (literalmente) culminante na busca da misteriosa criatura é uma torre, na verdade uma caixa de escadas de onde se pode ver o parque inteiro.

Nesse local, as crianças se vêem entre nuvens e referências à história da aviaçao. O detalhe é que cada passagem desse imenso brinquedo é sonorizada por uma trilha diferente. Serroni também criou situaçoes sonoras, despertadas por células fotoelétricas.

A infra-estrutura do Espaço de Aventuras também dá conta de salas de espera para os pais e acompanhantes, assim como locais de descanso, banheiros, bebedores, bar e todo o tipo de acessórios para a segurança das crianças que se pode encontrar em parques de diversao bem cuidados. Com um extra: uma imensa ducha de água no fim do percurso.




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