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Marílson é esperança
do Brasil na São Silvestre
Anderson Fattori
do Diário do Grande ABC
31/12/2010 | 07:50
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A esperança do Brasil em ganhar a 86ª Corrida de São Silvestre, hoje, nas ruas de São Paulo, atende pelo nome de Marílson Gomes dos Santos. Atleta da BM&F Bovespa/São Caetano, o brasileiro acumula dois títulos da prova (2003 e 2005) e volta a disputá-la após quatro anos. Motivado e ansioso pelo retorno, o fundista espera corresponder às expectativas e quebrar a hegemonia dos quenianos que, soberanos, venceram as últimas três edições.

Títulos não faltam no cartel de Marílson. Além das duas São Silvestre, o brasileiro é bicampeão da badalada Maratona de Nova York (2006 e 2008) e no dia 12 conquistou, com extrema facilidade, o tricampeonato da prova Sargento Gonzaguinha, com percurso de 15 quilômetros pelas ruas da Zona Norte de São Paulo. "Estou me sentindo bem, preparado e confiante em fazer uma boa São Silvestre", garantiu o corredor, que mora em Santo André, há 18 anos treina no Grande ABC e atualmente usa a pista de atletismo do Clube Vila São José, em São Caetano, e os parques da região para se preparar.

Aos 33 anos, Marílson se considera no auge e não se preocupa com a fama de favorito. "Se não tivesse condições de vencer, nem entraria para disputar. Sei da minha responsabilidade e da confiança que a torcida brasileira está depositando em mim, mas também sou experiente para não deixar isso subir à cabeça e acabar atrapalhando. Tenho de fazer uma prova equilibrada e ver o que acontece", sugere.

Além dos quenianos, Marílson aposta no clima da Capital como seu principal adversário. "Geralmente a São Silvestre apresenta baixa umidade e calor forte, o que me atrapalha um pouco e acaba favorecendo os africanos. Mas estou treinando bem para superar isso e conseguir vencer", garante sem se importar com as dificuldades do percurso. "A corrida exige bastante dos competidores, mas nada que assuste quem já competiu e venceu", completa.

Um dos principais rivais do brasileiro é o atual bicampeão da prova, o queniano James Kwambai, 27 anos. No ano passado, ele assumiu a liderança da São Silvestre no quilômetro oito e manteve-se à frente até a linha de chegada, marcando 44min40, 18 segundos mais rápido que o compatriota Elias Chelimo.

Caso consiga confirmar os prognósticos e vencer, além de quebrar a hegemonia queniana, Marílson entrará de vez na história da São Silvestre. Até agora, apenas dois brasileiros conseguiram o tricampeonato: Nestor Gomes (1932, 1933 e 1935) e Joaquim Gonçalves da Silva (1942, 1943 e 1944). O maior vencedor da prova é o queniano Paul Tergat com cinco títulos (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000).

A São Silvestre reúne 21 mil atletas, entre famosos e anônimos. A elite feminina começará a correr a partir das 16h30 e os homens largam às 16h47.

 

Técnico torce por temperatura elevada na hora da corrida

Se para o cidadão comum fazer esforço físico com sol escaldante é ainda mais complicado, para os corredores profissionais parece ser sonho de consumo. Pelo menos é por isso que Adauto Domingues - técnico de Marílson Gomes dos Santos, o principal favorito entre os brasileiros para a conquista da São Silvestre -, tem torcido. Para ele, quanto mais quente estiver, mais fácil para os brasileiros desbancarem os quenianos.

"Torço para que esteja calor, porque muitos africanos que participam da prova moram na Europa e não estão acostumados. Mas não pode ser nada exagerado para que as pessoas não sintam muito. Independentemente de brigar para estar no topo, a gente quer que a prova seja uma festa e que todos cheguem bem para comemorar o fim de ano", analisa o técnico.

Adauto compartilha da opinião de que Marílson é um dos grandes favoritos, mas recomenda cuidado. "Durante a corrida depende muito do momento. O treinamento é matemático, mas as reações do organismo não dá para prever. Por isso a gente prepara ele para em determinada hora do dia estar no auge. Vamos aguardar. Tenho certeza que o vencedor será quem estiver melhor preparado", conclui o treinador.

 

Brasileiros esperam acabar com a hegemonia africana

Na edição de 2010 da São Silvestre, os brasileiros tentam quebrar a hegemonia estrangeira, principalmente dos atletas do Quênia, e os africanos vêm novamente com um grupo forte. Desde 2006, quando o mineiro Franck Caldeira cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, o Brasil não tem um representante no degrau mais alto do pódio. "Sem desmerecer os africanos, quero fazer uma prova inteligente junto com os demais corredores do Brasil", afirmou o atleta.

Em 2008 e em 2009, o queniano James Kwambai foi o vencedor e hoje tenta o tri. "Estou bem preparado, mas não dá para dizer que vou vencer de novo", afirmou.

No pelotão feminino, o time brasileiro conta com pela alagoana Marily dos Santos, (terceira colocada na edição de 2009, a pernambucana Fabiane Cristine da Silva (vice da São Silvestre 2008) e a goiana Marizete Rezende (campeã da São Silvestre em 2002 e vice em 2007).




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