O chefe do departamento de Transporte Fluvial de Daca, Abul Hussain Chowdhury, confirmou nesta quarta-feira que a embarcação se dirigia da capital para a cidade de Bhola quando naufragou no meio do rio, na altura da cidade de Chandpur.

Chowdhury, que disse que no momento do naufrágio a balsa transportava muito mais do que os 429 passageiros autorizados, não soube informar quantas pessoas estavam a bordo, mas segundo o jornal Jugantar de Daca esse número poderia chegar a 700.

Até o momento, 200 pessoas foram resgatadas com vida e os trabalhos de salvamento continuam, segundo o responsável do transporte fluvial.

Conhecer o número exato de passageiros pode ser uma tarefa impossível já que esse tipo de embarcação não tem lista de passageiros nem relação de passagens.

Segundo as primeiras informações, o naufrágio ocorreu quando um dos motores da balsa parou de funcionar, deixando o barco sem direção na confluência dos rios Meghna, Padma e Dakatia, onde a correnteza é forte, disse Chowdhury.

Um oficial da polícia de Chanpur declarou que estão sendo realizadas buscas intensas e que esperava a chegada de mais equipamentos para ajudar no resgate.

Dirigentes do país foram ao local da catástrofe e dois membros do governo central devem se somar a eles durante o dia para supervisionar as operações.

Para as autoridades navais, o local é perigoso durante o período de monções por causa das correntes e não é aconselhada sua travessia.

Perigo - Em 1994, uma balsa afundou no mesmo lugar matando 150 pessoas e, após uma semana de buscas, os restos da embarcação nunca foram encontrados.

Os acidentes de ferry são freqüentes em Bangladesh, país onde o transporte fluvial é fundamental. Os naufrágios geralmente são provocados pelo excesso de passageiros e carga ou pelo mau tempo.

O governo havia proibido a navegação de centenas de barcos considerados perigosos, mas a medida foi anulada depois de três dias de greve dos operadores. Desde 1977, 260 acidentes deste tipo mataram mais de três mil pessoas no país.