Do Diário do Grande ABC
31/07/2000 | 14:23
Mesclada com samba, candomblé e até com um ''tango africano'', a clássica ópera ''Carmen'' de Georges Bizet foi apresentada com êxito em Paris, numa adaptaçao do diretor brasileiro Augusto Boal.
Esta Carmen ''à brasileira'', chamada de ''sambópera'', foi encenada no prestigiado festival ''Paris Quartiers d'Eté'' que se realiza de 14 de julho a 15 de agosto na capital francesa.
Na adaptaçao de Boal, do diretor musical Marcos Leites e do poeta Celso Branco, a ópera se converte mais em um espetáculo teatral do que lírico. Com forte conotaçao popular, cheia de samba, candomblé e toques de cultura africana.
''De todas as óperas, ''Carmen'' é a mais brasileira. Em Paris, Merimé e Bizet imaginaram uma Carmem baiana, tenho certeza, inclusive carioca. Quando ouço Habanera sinto o cheiro da feijoada e do vatapá. Heresia? Por que nao? Carmem era herética'', diz Boal.
''Estrangeira em seu próprio país, Carmem nao tem pátria. É uma mulher passional que fala diretamente ao nosso inconsciente'', acrescenta.
''Nao quisemos folclorizar Bizet; conservamos suas belas melodias com muito respeito, mas deixamos que nossos ritmos culturais se apropriem dele'', assinala.
A peça apresentada nos jardins do Palais Royal, no centro de Paris, deixou o público entusiasmado.
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