A Fleischmann Royal Nabisco, maior fabricante mundial de biscoitos, pode estar com os dias contados. Fonte do setor disse nesta segunda que a britânica Cadbury Schweppes e a francesa Danone estao em fase final de negociaçao com a Nabisco. Se houver acordo a norte-americana será adquirida por US$ 15 bilhoes. A francesa, segundo a fonte, deverá desembolsar US$ 9 bilhoes na operaçao e o restante virá da Cadbbury.

A Nabisco, de olho no mercado, pronta a fazer aquisiçoes muda de lado. Até o mês passado a empresa estava sondando a possível compra de duas fábricas da J. Macêdo Alimentos S/A, que produzem biscoitos com as marcas Aguia e Dona Benta, em Salvador (Bahia) e Sergipe (Pernambuco), respectivamente. Juntas têm capacidade instalada para fabricarem 2.000 toneladas/mês. Hoje operam com 1.200 toneladas/mês. A Nabisco, 5ª no ranking no setor de biscoitos, começou um plano de investimentos de R$ 50 milhoes há dois anos que termina no final de 2000, visando a reformulaçao da linha de produtos com intençao de alcançar a liderança. A maior parte dos recursos estao sendo absorvidos pelo marketing e propaganda nos pontos-de-venda. A empresa conta hoje com 14 fábricas em seis Estados brasileiros.

O mercado brasileiro de biscoitos gera uma receita de R$ 3 bilhoes e é segundo maior do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A Nabisco detém 6% do mercado brasileiro com as duas marcas, 4% com a própria Nabisco e 2% com a marca Pilar, vendida só no Nordeste. O líder é a Nestlé, com 16%.

A intençao da empresa era abocanhar 10% do segmento nos próximos três a cinco anos. "Como o mercado é muito grande, cada ponto vale R$ 30 milhoes", diz o presidente da empresa, Norberto Fatio. Trata-se de um mercado pulverizado, com 300 fabricantes em todo o país.