O Provão passará a adotar uma nova fórmula de distribuição de conceitos. A novidade será anunciada oficialmente em março pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e deverá tornar a avaliação mais sensível ao desempenho individual de cada curso.

No modelo em vigor até o ano passado, as cotas de conceitos A, B, C, D e E eram pré-determinadas. Ou seja, antes mesmo da aplicação do teste já se sabia que apenas 12% dos cursos – os que atingissem as notas médias mais altas – receberiam conceito A.

Na mesma linha, o conceito B era concedido a 18% dos cursos com médias imediatamente inferiores, enquanto 40% dos cursos ficavam com C, 18% com D e os 12% piores, com E.

“Vamos acabar com esse engessamento”, disse ontem a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Maria Helena Guimarães de Castro.   A nova fórmula vai permitir que, eventualmente, nenhuma instituição ou algumas poucas recebam o conceito A ou E, por exemplo.

Atualmente, por mais baixa que seja a média dos cursos, sempre haverá conceitos A.   Das 18 carreiras avaliadas no exame do ano passado, 17 delas tiveram média abaixo de 5 e, mesmo assim, os cursos com melhor desempenho receberam conceito A.

O Inep também está estudando uma fórmula para definir um padrão mínimo de conteúdos que os alunos devem atingir no Provão, permitindo definir uma média nacional para cada curso avaliado. “Hoje, quando um curso fica com média 6 não se pode dizer se isso é bom ou ruim, porque não foi estabelecido qual é o mínimo”, comentou Maria Helena.

A mudança atende a reivindicações de diversas universidades, entre elas a Universidade de São Paulo, que consideram injusto o antigo critério de distribuição dos conceitos. Mas a nova fórmula não deverá alterar a essência do funcionamento do Provão, ou seja, seu objetivo continua a ser separar as melhores das piores instituições.