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‘Nem Lula teria sido eleito prefeito’, avalia Salatiel
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
02/05/2008 | 07:01
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A eleição para o PT de São Bernardo, neste ano, terá uma conjuntura contrária a do último pleito. Na análise do presidente municipal do partido, Wanderley Salatiel, nem mesmo uma candidatura a prefeito do presidente Lula teria emplacado em 2004, quando Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, perdeu a eleição para o atual chefe do Executivo, William Dib (PSB), que alcançou 76,3% dos votos válidos.

Quatro anos depois, o coordenador da legenda atrela a dificuldade enfrentada pelos petistas, principalmente, ao “investimento pesado” do governo em propaganda. “A administração fez um marketing muito grande, ocupou a mídia em horário nobre porque tinha condições de arcar.”

Segundo Salatiel, o partido tinha consciência que estava entrando na briga para perder. “Sempre digo, diante daquela conjuntura, mesmo que nosso candidato fosse o Lula (que obteve 60,12% dos votos válidos no primeiro turno das eleições à Presidência, em 2002), ele teria perdido na cidade”, afirmou, na saída da missa em comemoração ao Dia do Trabalho, na igreja Matriz.

A falta de flexibilidade do PT para negociar alianças também é apontada pelo presidente como uma falha. “O PT amadureceu muito. Pela primeira vez na história de São Bernardo temos 10 siglas coligadas e podemos chegar a 12 até a convenção (no dia 8 de junho). Se não abríssemos o leque, o partido não cresceria”, ponderou, alegando que apenas o DEM e o PSDB nunca fechariam com o PT “porque são oposição ao governo Lula.”

O deputado federal Vicentinho concorda que o cenário ao qual atuou no último pleito desfavoreceu sua candidatura, sobretudo porque teve de defender o governo em situações de conflitos com a sociedade.

Um problema que, na sua opinião, o atual pré-candidato da legenda, ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, não terá de enfrentar. “Tive de defender ações não muito boas naquele período: o salário mínimo, o não-reajuste do imposto de renda. Hoje, o governo Lula está em alta e o efeito positivo repercute numa candidatura municipal.”

Racha governista – Vicentinho não deixa de citar o rompimento do grupo governista – que ainda não revelou se apoiará candidatura do PSB ou PSDB – como um favorecimento à oposição. “O lado de lá está completamente dividido, um aspecto positivo para o PT que tem melhores condições de desdobrar uma vitória”, concluiu o parlamentar.



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