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Telefônica e provedores de Internet vao negociar tarifas
Do Diário do Grande ABC
23/01/1999 | 12:00
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A Telefônica e a Associaçao Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informaçao da Rede Internet (Abranet) iniciam nesta quarta-feira negociaçoes sobre a oferta de linhas e as tarifas locais que vêm onerando as taxas de acesso à rede. O presidente da Abranet, Antonio Tavares, elogiou a iniciativa da Telefônica de propor a reuniao, mas lamentou nao ter ainda conseguido agendar encontro semelhante com a Embratel.

As companhias telefônicas regionais e a Embratel, operadora de longa distância, tornaram-se as grandes vilas nos protestos dos internautas. Segundo organizadores anônimos do novo protesto que pretende congestionar a rede no dia 23 de fevereiro, o preço cobrado pela Embratel por um link de 1 mbps é 616% maior que nos Estados Unidos.

Mas desta vez o protesto nao conta com o apoio dos provedores. "Nao vamos nos associar a essa atitude juvenil", afirmou Tavares. "Eu nao participaria de nenhum movimento para fechar uma estrada que me leva aonde quero ir", acrescentou.

O presidente da Abranet desacredita, no entanto, que o protesto possa causar um "crash" no sistema de telecomunicaçoes, mesmo que haja uma forte adesao.

"Provedores e Embratel estao dimensionados para atender a demanda", disse. Por outro lado, o número de linhas telefônicas ligadas à rede é insuficiente para bloquear as comunicaçoes, segundo Tavares.

Os provedores de acesso também já começam a sentir os efeitos da crise cambial. "Os roteadores já estao sendo cotados em dólar", relatou o presidente da Abranet, referindo-se a equipamentos importados que se tornaram mais caros com a desvalorizaçao do real.

Mas os provedores terao que manter os preços. "O mercado nao aceita pagar mais", declarou Tavares. Ele informou que o único provedor que indexava suas tarifas ao dólar abandonou essa prática e passou a cobrar em reais. Essa fase de instabilidade econômica deve levar a uma reduçao temporária no número de provedores no Brasil, até que o mercado chegue a uma massa crítica que permita a formaçao de nichos. "Os provedores de menor porte vao ter perspectiva de vida mais curta", disse.




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