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Projeto proporciona interação de moradores com aves de rapina

Turma do Gavião ensina educação ambiental; ação gratuita oferece contato com serpentes

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
05/06/2020 | 23:55
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Nario Barbosa/DGABC


Quando aves são avistadas pelo céu, os palpites sempre são os mesmos, entre pássaros, pombos e urubus. Mas, muitas vezes, mesmo na cidade, ficamos diante de espécies de rapina que passam despercebidas. Diante disso, em setembro de 2014 foi criado o projeto Turma do Gavião, em Santo André, com o objetivo de proporcionar interação da população com animais, além de prover educação ambiental. 

Bjorn e Gyda são os gaviões, Sansão, uma coruja; e Ragnar, águia chilena, as três espécies de aves, que são legalizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), estão todas terças e quintas-feiras, a partir das 14h30, no Bosque do Povo, em Utinga, Santo André, onde são treinadas e proporcionam contato com os moradores, além de aprendizado sobre o mundo animal.

O treinador de aves de rapina e educador ambiental Diego Bitener acredita que pelo bairro possam existir 34 espécies de aves e com a participação dos moradores é possível abordar temas como ecologia, conservação da natureza, criação legalizada, reabilitação de animais e também os perigos como o desmatamento, perda de habitats e tráfico de animais. 

“Mostramos para população que estas aves são fundamentais. Elas se alimentam de pombos, transmissor de doenças. O projeto consiste neste contato com as pessoas, que é ferramenta importante para elas aprenderem, principalmente as crianças, que gostam bastante”, comenta o treinador. 

O educador ainda conta que o local que treinam foi conseguido após conversas com moradores da região, que entenderam que o projeto necessitava de espaço com áreas verdes. “Antes, estávamos treinando em praça com cachorros e tinha quadra de futebol, as aves ficavam assustadas, tanto que quase perdemos a Gyda em dia de treino. Por isso, ficamos sabendo deste espaço e viemos para cá”, detalha. 

O projeto está fixo no Bosque no Povo desde março, porém, por causa da quarentena, só havia os treinamentos dos profissionais com as aves. Atualmente, respeitando o distanciamento e uso das máscaras, alguns moradores já iniciaram a participação no projeto, que já estendeu a educação ambiental também para o mundo dos répteis. 

“Agora estamos trazendo também as cobras, como a espécie da jiboia. Onde mostramos que estes animais também são importantes para o controle de pragas e roedores. Tentamos abordar de maneira que a população entenda e, principalmente, explicar que esses animais podem sobreviver na cidade, cada um no seu espaço”, comenta o educador ambiental Henrique Cotes. 

A participação nos treinamentos em Utinga é gratuita e o projeto também divulga seus trabalhos pelo site turmadogaviao.com.br. 

EXPERIÊNCIA 
A bancária Priscila Sbissa, 33 anos, participou do treinamento com seus filhos, Heloísa Sbissa, 6, Noah Sbissa, 6, e Pietro Sbissa, 9, que pretendem voltar para mais aulas. “Nós morávamos no Interior, então, eles (seus filhos) já tinham contato direto com outros animais. Mas o projeto proporciona esta experiência única em alimentar as aves, chamar e elas pousarem no seu braço, além de aprender coisas novas”, comenta Priscila. 

Já Heloísa adianta que vai avisar amigos para participar. “Quanto mais pessoas aprenderem, melhor”, comenta. Seus irmãos, Noah e Pietro, também aprovaram a experiência e comentam que querem seguir na profissão no futuro. “Adoramos os animais e queremos ser biólogos. Todo mundo precisa amar e respeitar os animais”, finaliza Pietro. 




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