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Usuário madruga e farmácia do Estado só abre ao meio-dia
Luciele Velluto
Especial para o Diário
03/01/2006 | 08:15
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As mais de 150 pessoas que foram segunda-feira pela manhã retirar remédios gratuitos na farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas, em Santo André, tiveram de esperar até quase meio-dia para serem atendidas. É que o governo estadual decretou feriado do dia 30 de dezembro até as 12h de segunda-feira, mas os usuários que pegam medicamento na farmácia todo mês não foram avisados. Algumas pessoas madrugaram e foram para a fila às 4h30. O hospital informou que no dia 26 já havia ocorrido o mesmo problema.

A farmácia atende cerca de 700 pessoa por dia e oferece remédios para diversos tratamentos, como psiquiátricos, pessoas com câncer, transplantados ou com Mal da Alzheimer. A DIR-2 (Direção Regional de Saúde), responsável por toda a região, utiliza o espaço do hospital para fazer a distribuição dos medicamentos.

Segunda-feira na fila havia pessoas recém-operadas, transplantadas, em tratamento psiquiátrico, idosos e mulher com crianças de colo. Todos surpreendidos com o aviso colocado na porta informando que o atendimento seria iniciado apenas às 12h. A sala de espera estava fechada e os usuários se espremiam num banco do lado de fora do prédio ou ficava em pé, sem poder utilizar os banheiros do local.

O primeiro da fila era Zacarias Gomes da Costa, morador de Santo André que chegou ao local às 4h30 para garantir o remédio às 7h, horário que a farmácia abre, normalmente. "Estou esperando remédio porque fiz transplante de rim. Já estou há dois dias sem tomar o medicamento porque acabou na sexta e só tinha horário marcado para segunda. Ainda corro o risco de ir embora de mãos vazias", afirmou Zacarias, mostrando o papel do Estado com dia e horário marcados para a retirada do remédio.

O morador de Diadema Laurino Clemente de Araújo chegou com a mulher Geralda às 7h30. Ela ia pegar remédios para tratamento de câncer. "Estava marcado para o dia 30. Vim aqui e me informaram para voltar na segunda de manhã. Cheguei e descubro que só vai abrir meio-dia. É uma condução até aqui, mas não dá para ficar indo e voltando. Já perdi a viagem na sexta", disse Laurino.

As principais reclamações de quem estava na fila era a falta de informação. "Quando foi marcado para eu vir às 7h, no dia 2, perguntei para a atendente se não era melhor mudar de dia. Mas falaram que estariam aqui. Agora estou esperando desde às 5h. Por que não nos avisaram se eles têm nosso cadastro com telefones?", perguntava Sônia Maria Costa, que tinha saído de São Bernardo para pegar o medicamento para Mal de Alzheimer.

Com a aglomeração na porta, a diretoria do hospital avisou a DIR-2 sobre o problema e o primeiro funcionário da farmácia chegou um pouco mais cedo, às 11h20. Além de organizar a fila, procurou avisar os pacientes sobre os remédios que estavam em falta para que alguns não perdessem mais tempo. A moradora de São Bernardo Mariana de Jesus não teve sorte. "Estou aqui desde às 7h45 para pegar remédios para osteoporose e descubro que não tem", disse indignada.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que a DIR-2 avisou todos os pacientes que foi possível. Além das duas funcionárias da farmácia, a DIR-2 encaminhou outros quatro para acelerar o atendimento. A secretaria informou ainda que quem foi embora poderá comparecer nesta terça-feira à farmácia que para retirar o remédio. Já a falta de alguns medicamentos, a secretaria diz que o motivo é o atraso de alguns fornecedores.




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