A família do aposentado Leopoldino Francisco dos Santos, 76 anos, que morreu na semana passada depois de ficar pelo menos 10 horas na fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Sorocaba (a 92 quilômetros de São Paulo), quer que o Ministério Público (MP) investigue as circunstâncias da morte. Santos morreu na tarde do dia 1º, após ter sofrido parada cardíaca na fila de atendimento, mas a família só foi avisada dois dias depois.

Morador de Pilar do Sul, cidade da região, ele foi à agência do INSS de Sorocaba em busca do cartão para receber a aposentadoria de R$ 240. Em razão da greve dos servidores, a fila tinha mais de mil pessoas. Santos estava com os proventos atrasados havia quatro meses e, segundo sua mulher, Lourdes de Lima, esperava sacar os R$ 960 para pagar o aluguel e outras contas atrasadas.

Ele começou a passar mal quando chegava sua vez de ser atendido. O aposentado já estava no interior da agência e sofreu um desmaio. Funcionários chamaram o serviço de resgate do Corpo de Bombeiros.

A família não foi avisada. A comunicação da morte só chegou no dia 3, à noite. Lourdes procurou o MP de Sorocaba para pedir a investigação, mas foi orientada a dirigir-se ao Ministério Público Federal, pois o INSS é órgão da União. Até a tarde desta segunda-feira, sua queixa não tinha sido protocolada.