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Intimado falta à oitiva na CPI do Natal Iluminado

Bloco não localiza Marcelo Alciati, apontado como organizador do evento sob suspeita em S.Caetano

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
04/02/2020 | 23:30
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Nario Barbosa/DGABC


Aguardado por integrantes da CPI do Natal Iluminado na Câmara de São Caetano para prestar esclarecimentos sobre o convênio entre a Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano) e a Prefeitura, Marcelo Alciati não compareceu à oitiva por não ter sido localizado pelo bloco.

Seu depoimento havia sido agendado no fim do ano passado, uma vez que ele foi um dos organizadores do evento natalino realizado em 2016 – à época, a entidade era administrada pelo advogado Walter Estevam Junior e a Prefeitura, por Paulo Pinheiro (DEM). A suspeita é de desvio do R$ 1,2 milhão que envolveu o convênio.

Sem o aparecimento de Alciati, a CPI preparará nova convocação, desta vez para endereço em Tatuí, no Interior do Estado, onde ele possui residência.

“Soubemos recentemente que o endereço de Marcelo Alciati mudou. Ao que tudo indica, ela mantém uma pequena empresa em Tatuí, na região de Sorocaba. Teremos que investigar onde eles está e enviar uma notificação”, disse o vereador Tite Campanella (Cidadania), presidente da CPI.

Além de elucidar como funcionou a organização do Natal Iluminado, Alciati seria indagado a respeito do processo de seleção de empresa que realizou a atividade – a VBX Light, de Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi escolhida. “A ideia é que, assim que ouvirmos Marcelo Alciati, podermos ver qual a ligação que houve entre ele e o ex-presidente da associação Walter Estevam Junior. Ele é testemunha-chave para decidirmos se vamos convocar alguém da direção da Aciscs ou até mesmo o ex-presidente (Estevam)”, declarou Tite.

A CPI do Natal Iluminado foi instaurada no ano passado para apurar denúncias de irregularidade sobre o convênio – o Diário mostrou em abril que a prestação de contas feita pela Aciscs à Prefeitura de São Caetano apresentou série de inconsistência e foi reprovada por comitê analisador da papelada.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico ficou responsável por avaliar a prestação de contas e, depois de reprová-la, encaminhou o relatório para análise pormenorizada do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e do MPC (Ministério Público de Contas). Os apontamentos iniciais revelaram que notas fiscais que indicam que a verba do Paço custeou refeições regadas a chope e cerveja. Também não foi comprovada toda execução do serviço contratado.

Ao mesmo tempo, a administração municipal incluiu a Aciscs na lista de devedores do município. Desse modo, a associação fica impedida de firmar convênio com órgãos públicos. Tanto que, no fim do ano passado, não houve campanha natalina promovida pela Aciscs.

A CPI ouviu Fiama de Lima, ex-estagiária da Aciscs. Ela relatou ter trabalhado com Alciati, mas negou que tivesse responsabilidade pelo convênio do Natal Iluminado. 




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