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PT vai gastar R$ 10 milhões com shows para as campanhas
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21/10/2004 | 00:46
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Os gastos totais do PT com a contratação de artistas para animar os comícios de seus candidatos no primeiro e no segundo turnos vão chegar aos R$ 10 milhões no final da campanha para as prefeituras. Só com Zezé di Camargo e Luciano, que fecharam um pacote por R$ 75 mil cada show – a metade dos R$ 150 mil que cobram normalmente –, o partido gastará R$ 3 milhões pelas 40 apresentações da dupla sertaneja. Zezé e Luciano foram os principais animadores da campanha vitoriosa do candidato Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.

Todos os gastos com a contratação dos artistas foram bancados pelas campanhas locais dos candidatos, de acordo com informações da direção nacional do PT. Ela apenas serviu como uma espécie de avalista para fechar os contratos. "Quando você fecha um pacote, os artistas barateiam. Se eu for comprar uma apresentação de Zezé di Camargo e Luciano, eles vão pedir R$ 150 mil; se eu fechar um pacote, posso conseguir tudo pela metade do preço, e foi o que aconteceu", disse o secretário de Mobilização da Executiva petista, Francisco Campos, responsável pela organização dos shows.

Como o PT fez acordos com pacotes fechados, todos os artistas reduziram seus preços. Entre eles, o cantor Leonardo, o músico erudito Arthur Moreira Lima, as duplas Rio Negro e Solimões, Bruno e Marrone, Dalvan e Donizetti e Caju e Castanha, o conjunto juvenil KLB e os cantores Wanessa Camargo, filha de Zezé di Camargo, e Supla, filho da prefeita Marta Suplicy, do PT, candidata à reeleição. Pelo acordo, os artistas assinaram um compromisso de que não fariam shows para outros candidatos que não fossem das coligações comandadas pelo PT ou de partidos aliados do governo.

Campos disse que no primeiro turno foi em São Paulo que o PT contratou o maior número de shows – seis. Desistiu, no entanto, de repetir a experiência no segundo turno, pois optou pelos contatos mais diretos da candidata com os eleitores.

Ao todo, o orçamento anual do PT nacional para este ano foi de R$ 43 milhões. Mas o partido foi sovina na distribuição do dinheiro no primeiro turno. Determinou que cada diretório local desse um jeito de fazer caixa para bancar os gastos de seu candidato. Reclamações foram registradas por todo o país. Nem por isso o presidente do PT, José Genoino, recuou da decisão.

No segundo turno, porém, a situação já é diferente. Em São Paulo, o partido pediu e o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) autorizou o aumento dos gastos da campanha da candidata Marta Suplicy de R$ 15 milhões para R$ 19 milhões.




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