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Atropelamentos lideram mortes no trânsito em setembro

Grande ABC registrou 19 vítimas fatais no mês passado, sendo 11 delas envolvendo veículos e pedestres; especialistas cobram respeito às regras

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
22/10/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Setembro foi um mês violento para os pedestres do Grande ABC. Conforme os dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) divulgados ontem, foram registradas 19 vítimas fatais, sendo 11 dessas por atropelamento – 58%.

A maior parte dos atropelamentos foi registrada em São Bernardo (quatro): nas ruas Jurubatuba e Cacique Tibiriçá e avenidas Corredor ABD e João Café Filho. Na sequência aparecem três casos em Mauá (avenidas Barão de Mauá, Itapark e Benedita Franco da Veiga), dois em Diadema (avenidas Angelo Cristianini e Nossa Senhora das Graças) e dois em Ribeirão Pires, ambos na SP 031 – Rodovia Índio Tibiriçá.

Cinco das vítimas de atropelamento estavam cruzando a via no nomento do acidente fatal, uma foi atingida enquanto estava na calçada e uma quando estava fora do veículo – outros quatro não foram especificados pelo Infosiga. Dos 11 casos registrados, nove foram em vias municipais e apenas dois em rodovias, seis foram à noite, dois à tarde, um pela manhã, um na madrugada e um não detalhado. Entre os óbitos, seis eram idosos (com idade entre 60 anos ou mais).

Professor de engenharia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e do Centro Universitário da FEI, Creso Peixoto defende que uma mudança de cenário depende do respeito ao CTB (Código de Trânsito Brasileiro), os motoristas devem respeitar velocidade máxima de 30 km/h em áreas com circulação de pessoas e jamais conduzir os veículos após ingerir bebida alcoólica ou utilizando o celular.

OUTRAS MORTES

O sistema viário das sete cidades contabilizou queda nas mortes em setembro em comparação com o mesmo período do ano passado (-13,6%). No entanto, os números mostram que na maior parte das ocorrências (15) o óbito ocorreu no mesmo dia do acidente. 

Chama atenção ainda o fato de a imensa maioria das vítimas fatais ser composta por homens (15) e que o dia da semana e horário mais perigosos são a segunda-feira (sete) e o período da noite (oito). Em relação aos municípios, São Bernardo lidera a estatística negativa, com nove mortes no mês passado em resultado da violência no trânsito (veja mais na arte ao lado).

Para a diretora da ProSimulador; empresa voltada para o segmento de educação e segurança para o trânsito, Sheila Borges, a cultura do motorista precisa passar por transformação e, para isso, é necessário calendário de ações por parte do poder público. No caso da educação, a especialista acredita que o trânsito deva ser inserido no ambiente escolar, principalmente no ensino médio, cujo foco são os adolescentes. “Os gestores precisam cuidar para que as vias e os veículos sejam mais seguros.”

Consórcio planeja ação anual de R$ 10 mil

Com o fim do projeto regional Travessia Segura, cujo foco era a redução do número de atropelamentos, em dezembro de 2016, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC informou que está em processo de contratação de campanha permanente de segurança viária. 

Embora não tenha especificado a ação, a entidade observou que a proposta é a conscientização e educação no trânsito. A previsão é a de que o projeto custe R$ 10 mil anuais aos cofres da entidade e tenha duração de 12 meses. 

Ainda conforme a entidade regional, a campanha Travessia Segura, enquanto vigorou, refletiu na queda dos acidentes de trânsito com e sem vítimas fatais – 38,06% entre 2012 e 2015.

Santo André observou que realiza “ações focadas na educação de trânsito”. “O Mister Mão é um dos personagens símbolos da travessia segura na cidade e participa de atividades durante todo o ano em escolas e nos cruzamentos de ruas e avenidas.” 

São Bernardo informou que mantém programa permanente de educação no trânsito por meio de centro de reflexão. O local concentra ações voltadas à conscientização de crianças das redes públicas e privadas.

Ribeirão Pires justificou que as campanhas municipais incluem bloqueios educativos e inserção em escolas e empresas com palestras, brincadeiras, uso de personagens e materiais específicos para multiplicação de conhecimento.




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