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Moscou quer demonstrar transparência sobre Yeltsin
Por Do Diário do Grande ABC
19/01/1999 | 12:00
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Moscou procura passar uma imagem de transparência sobre a doença do presidente Boris Yeltsin, apesar da velha tradiçao de dissimulaçao que segue alimentando dúvidas sobre o real estado do chefe de Estado russo.

``Nao vejo razao para esconder a enfermidade e nao o faremos', declarou o general Nikolai Bordiuja, chefe da administraçao presidencial, durante uma reuniao a portas fechadas no final de semana com os diretores dos grandes jornais, comentada pelo redator-chefe da rádio Eco de Moscou, Alexei Venediktov.

Por outro lado, o médico chefe do Kremlin, Serguei Mironov, disse à rede de televisao privada NTV que Yeltsin nao poderá voar antes de dois meses e meio ou três, o que parece excluir a possibilidade de sua visita à França nos dias 29 e 30 de janeiro.

Aos 67 anos, o presidente russo, vítima de vários infartos em 1996, foi submetido a uma quíntupla ponte de safena em novembro daquele ano e regularmente hospitalizado por infecçoes pulmonares há dois anos.

Rompendo com uma longa tradiçao de dissimulaçao da época soviética, os dirigentes russos facilitam com regularidade informaçoes sobre a saúde do presidente.

Dmitri Yakuchkin, porta-voz de Boris Yeltsin, informou nesta terça que sua temperatura e sua tensao arterial sao ``normais'.

Mas, esta nova política de comunicaçao nao é obrigatoriamente uma prova de veracidade dos fatos: só no outono de 1996 se soube que o presidente teve um infarto e nao uma perda de voz, entre os dois turnos das eleiçoes presidenciais de junho.

Yeltsin apareceu em várias ocasioes no limite de suas forças na televisao. Seu estado de saúde poderia ser muito pior do que se sabe.

Um jornalista de Izvestia declarou nesta terça que nao tem ``muita confiança', embora o diagnóstico e as declaraçoes dos médicos parecem inverossímeis.

``A situaçao poderia ser um pouco mais séria, pois nesta sexta-feira foram ouvidos boatos', disse o jornalista, ao estimar que o prefeito de Moscou, Yuri Lujkov, estaria ao par, pois reiterou sexta-feira seus comentários sobre o presidente', propondo eleiçoes antecipadas.

Yeltsin suspendeu todos os compromissos previstos para sexta-feira e nao foi ao Ministério do Interior, como estava previsto, informou um jornalista, segundo quem ``agora no Kremlin sao mais abertos que em 1996 e que no verao de 1997, pois aprenderam a apresentar a informaçao de forma bastante verdadeira'.




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