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Rússia homenageia Puschkin, pai da literatura russa
Por Do Diário do Grande ABC
05/06/1999 | 10:43
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Líderes políticos e religiosos, e milhares de russos em todo o país celebram neste sábado o bicentenário de nascimento de Alexandr Púschkin, poeta e dramaturgo elevado à condiçao de símbolo da alma russa.

``Só podemos nos orgulhar de tal figura', afirmou o presidente Boris Yeltsin durante uma cerimônia no Kremlin para entregar uma medalha de mérito a acadêmicos e artistas divulgadores do trabalho do artista.

``Para nós, Púshkin é a Rússia, é a língua e a cultura da Rússia', afirmou o primeiro-ministro Sergei Stepachin durante a cerimônia.

Puschkin é alvo de um culto sem precedentes desde sua morte trágica, aos 37 anos, em um duelo.

Nascido em Moscou, em 27 de maio de 1799 (6 de junho, segundo o novo calendário), filho de pai nobre e mae descendente de escrava, Puschkin escreveu em todos os gêneros: poesia, romance em prosa e verso, romance história, teatro e biografia.

Conhecido até hoje de cor tanto por intelectuais, quanto por gente do povo, Puschkin liberou a língua russa de um certo peso administrativo e dos eslavismos eclesiásticos, dando origem ao russo moderno, dotando-o de leveza e musicabilidade.

Vários compositores russos transformaram em óperas as obras de Puschkin: Glinka ``Ruslán e Liudmila', Mussorgski ``Boris Godunov', Tchaikovski ``La dama dos três naipes' e ``Eugenio Onieguin'.

Uma verdadeira ``puschkinmania' se apoderou da Rússia, pois a imagem de Alejandro Puschkin é familiar para todos os russos desde a infância e está presente em todos os cantos do país.

``O perfil de Puschkin serve de logotipo comercial e seus poemas de slogans publicitários', comenta um professor de literatura.

Em Moscou, quatro edifícios disputam o direito de serem chamados de ``casa natal de Puschkin' e só na capital estao previstas celebraçoes orçadas em 3,5 milhoes de dólares).

Elevado quase ao posto de ``santo' por Stalin, o culto a Puschkin continuou mesmo com o fim da era comunista. O presidente Boris Yeltsin também usa desse símbolo nacional ao assinar o prefácio da mais recente ediçao das obras completas de Puschkin, lançada recentemente.




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