A decisao de Volpi foi anunciada um dia depois de ele ter sido derrotado na convençao municipal tucana que definiu o nome de Cezar de Carvalho, presidente do Diretório Municipal, como candidato do PSDB a vice na chapa do pemedebista Valdírio Prisco à Prefeitura da cidade. Em S.Bernardo, a Executiva Estadual tucana expulsou dois membros (por infidelidade partidária) que apóiam a candidatura à reeleiçao do prefeito Maurício Soares (PPS).

O deputado afirmou que nao tem mais nenhum compromisso com o PSDB na cidade, já que, politicamente, o partido nao existe para a Executiva Estadual e Nacional, por isso estará apoiando o PPS. "O Diretório nao significa nada politicamente e, se ele nao tem o reconhecimento da Estadual, nao há motivo para apoiá-lo", disse o deputado.

O apoio ao PPS pode gerar um conflito partidário com a Executiva Estadual. O deputado admite que existe o risco de descontentamento por parte da direçao tucana de Sao Paulo. "É lógico que corro esse risco, mas a Executiva tem de me compreender. Acredito que eles nao devam contestar a minha posiçao."

Segundo o deputado, foram cumpridas todas as determinaçoes partidárias para se firmar como o candidato da Executiva Estadual tucana, mas nenhum recurso na Justiça para permitir que ele fosse o único candidato teve resposta positiva e, por isso, nao há motivos que o impeçam de apoiar o PPS.

Desentendimentos partidários geraram um processo de expulsao no PSDB de Sao Bernardo. Luiz Roberto Beber, secretário de Obras, e Carlos Maciel, de Assuntos Jurídicos, foram expulsos do partido oficialmente na semana passada por se recusar a sair da Prefeitura, mas manter apoio à candidatura de Maurício. Tudo começou quando Maurício Soares deixou o PSDB e se filiou ao PPS, em setembro do ano passado.

A cúpula estadual tucana deu um ultimato a todos os secretários filiados ao PSDB que atuavam na administraçao Maurício para que saíssem dos cargos, caso contrário teriam de deixar o partido. Beber e Maciel (presidente do PSDB em Sao Bernardo) nao aceitaram a imposiçao da Executiva Estadual e continuaram nos cargos, o que resultou na expulsao dos dois secretários por infidelidade partidária.

Volpi nao acredita que o mesmo possa ocorrer com ele, pois trata-se de uma situaçao diferente e que o apoio ao PPS nao caracteriza uma infidelidade partidária.

"O PPS declarou total apoio à minha candidatura caso tivesse ocorrido o consenso no Diretório Municipal do PSDB. O meu apoio é uma compromisso que firmei com eles caso eu nao fosse o candidato. Disse que apoiaria o PPS se isso ocorresse e agora vou cumprir", disse.

Volpi afirmou também que nao vai mais brigar judicialmente para garantir a sua candidatura. "Mesmo que a Executiva Estadual do partido quiser intervir de alguma forma, eu nao vou aceitar", afirmou o deputado. Procurados pela reportagem do Diário, Cezar de Carvalho e o presidente estadual do partido, Edson Aparecido, nao deram retorno até o final do fechamento.

O deputado federal Clóvis Volpi (PSDB) vai propor ao PPS uma coligaçao que, segundo ele, "será a única força capaz de competir com o PT da prefeita Maria Inês Soares" nas eleiçoes. PL, PFL, PSC, PSD, PPB, PMN e, possivelmente, o PDT seriam os partidos que formariam a chapa. Volpi afirmou que vai sugerir ao grupo de partidos o nome de Luís Carlos Grecco (PPS) como candidato a prefeito e o do ex-vereador Jorge Mitidiero (PL) para vice.

Volpi se reúne com alguns líderes de partido esta semana para confirmar seu apoio. A proposta do deputado nao inclui o PV, de Roberto Tokuzumi, que tem preferência da cúpula socialista para o cargo majoritário, lançando um candidato do PPS a vice. "O PPS é muito forte para lançar um candidato a vice. A composiçao formada entre esses sete partidos seria muito mais significativa, e a única com chances nas eleiçoes", disse Volpi.