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Faculdade de Direito se pronuncia sobre pichação racista e homofóbica
Do dgabc.com.br
11/10/2018 | 12:26
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Reprodução


Atualizada às 18h30

Alunos da FDSBC (Faculdade de Direito de São Bernardo) encontraram, na manhã desta quinta-feira (11), uma pichação de caráter homofóbico e racista na porta de uma das cabines do banheiro feminino da instituição. O autor da mensagem de ódio escreveu: “Bolsonaro vai limpar essa faculdade de viado e preto. Preto vai morrer”, junto ao número do candidato do PSL que disputa o segundo turno das eleições presidenciais com Fernando Haddad (PT).

Em nota, em nome do diretor Rodrigo Gago Freitas Vale Barbosa, diretor da universidade, repudiou o ato. 'Externamos nosso veemente repúdio a esse tipo de comportamento. Reafirmamos nosso irrestrito compromisso com a dignidade da pessoa humana e pedimos desculpas sinceras a toda nossa comunidade acadêmica.' No texto, Barbosa informa que a polícia já foi informada do ocorrido. 'Instruímos sindicância com novos documentos, preservamos o local e a perícia técnica já foi realizada. Convocaremos o Grupo de Trabalho para Combate à Intolerância – para a apresentação de propostas de ações pedagógicas – e audiência pública para novamente discutir o tema'.

O Coletivo Feminista da faculdade também repudiou o ato via redes sociais. “Estamos em pleno século 21, no ano de 2018, nos deparando com manifestações de ódio e de preconceito nas paredes de uma Faculdade de Direito, onde as pessoas supostamente deveriam saber que se trata de um crime. Trata-se de um caso de polícia, de injúria racial, de homofobia e de crime eleitoral. Esperamos que os responsáveis por essa manifestação saibam da gravidade do ato.”

O Caxxa (Centro Acadêmico XX de Agosto) também condenou a ação. "O CAXXA repudia e combate toda e qualquer forma de preconceito, pois acreditamos que uma sociedade justa e igualitária não pode dar espaço a este tipo de pensamento. Os prédios de ensino devem ser locais em que desenvolvamos a pesquisa e a extensão, e propaguemos a educação de qualidade, que será incorporada para construir uma sociedade melhor." O memorando também é assinado pela UEE (União Estadual dos Estudantes), Coletivo Carphania FDSBC, Coletivo LGBTT+ da FDSBC, Grupo ABC contra o Fascismo e Bateria.

Mais um caso – Em março deste ano, outra pichação, também na porta do banheiro feminino, continha mais uma mensagem de ódio. Na ocasião, escreveram “Fora sapatão. Fora preta sapatão. Odeio preto. #fimdascotas.” Em resposta ao ocorrido, a autarquia municipal lamentou o fato e disse que iria instaurar sindicância para apurar o acontecimento, além de comunicar as autoridades oficiais para que fossem tomadas providências legais cabíveis.

Na nota desta quinta-feira, a diretoria voltou a comentar esse primeiro caso. 'No mês de março, diante de situação análoga, tomamos as seguintes medidas: ofício a Delegacia de Polícia competente, instauração de sindicância, criação do grupo de trabalho para medidas de combate à intolerância, audiência pública e ações pedagógicas – como palestras e ciclo de cinemas, que fizeram parte, inclusive, de nosso maior evento acadêmico que é a Semana Jurídica (Semanajur).'

Contudo, continua o texto, as medidas não foram eficazes. 'Não se mostraram suficientes para impedir que se concretizasse nova manifestação. Contudo, isso não nos levará ao desânimo, à aceitação e ao conformismo. Muito pelo contrário. Temos a convicção de que a educação e a informação são os únicos elementos capazes de transformar a sociedade e findar práticas e ações semelhantes.'




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