Os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara começam oficialmente hoje, às 22h, e confirmam triste realidade. O Grande ABC, famoso por formar e ceder atletas para as Seleções Brasileiras não tem a mesma importância de antes. Se no Rio de Janeiro, em 2007, a região representava 18,77% (120 atletas) da delegação brasileira, agora, no México, são apenas 11,95%. Dos 519 integrantes, apenas 62 nasceram ou defendem as equipes do Grande ABC.

A queda mais acentuada, sem dúvida, foi em São Caetano. Se há quatro anos a cidade mandou 62 atletas para o Rio, agora, serão apenas 35. São Bernardo também não tem a mesma representatividade e cederá 19 atletas contra os 46 que enviou em 2007. Santo André manteve os oito representantes, mas só três atuam na cidade, enquanto Mauá caiu de quatro para zero.

Os números seriam ainda piores se não fosse a equipe de atletismo da BM&FBovespa, que cederá 29 dos 35 atletas de São Caetano que vão ao Pan-Americano. O número, aliás, representa praticamente metade (47,5%) da equipe brasileira de atletismo, que é composta por 61 atletas.

Modalidades como o ciclismo, judô, taekwondo, boxe, caratê e ciclismo perderam força com o passar dos anos, e algumas resistem graças ao histórico vencedor.

A queda da representatividade da região no esporte olímpico tem duas razões interligadas. Os municípios não conseguem bons apoiadores da iniciativa privada por não elaborarem projetos eficientes.

Com isso, muitos atletas que nascem ou moram na região migram para centros mais evoluídos, casos dos ginastas andreenses Diego e Danielle Hypólito, que jamais defenderam as cores da cidade. Em contrapartida, outros são seduzidos por bons salários e acabam integrando as equipes da região, como o nadador Thiago Pereira, que defende o Corinthians/São Bernardo.

Dos 62 atletas da região que estarão no Pan, apenas nove - cinco de Santo André e quatro de São Bernardo - nasceram nas cidades do Grande ABC.