Mais um precatoriano de Diadema morre sem receber pagamento de dívida da Prefeitura. Vítima de infarto, José Geraldo Arcanjo, 42 anos, que morreu na última terça-feira, esperava obter dos cofres municipais R$ 110 mil relativos a ação trabalhista. Guarda patrimonial municipal, Arcanjo estava afastado do serviço há sete dias por motivo de doença. Desde 1995, 22 dos quase 600 precatorianos da Prefeitura já faleceram sem receber por débitos de ações trabalhistas. Três morreram neste ano.

A viúva, Maria Aparecida de Sales Arcanjo, 48, disse que o sonho de Arcanjo, cujo salário estava em R$ 900, era usar o dinheiro do precatório para "comprar um carro, um sítio e viver bem". Maria revela que vai continuar tentando resgatar o recurso. "Com certeza vou continuar, não vou deixar esse dinheiro para Prefeitura", diz.

Os precatorianos esperam cumprimento de promessa feita, em maio, pelo secretário de Governo, Oswaldo Misso, de pagar 10% da dívida ainda em 2005, o que corresponde a R$ 1,2 milhão. A administração pagaria R$ 170 mil por mês, a partir de junho, mas as prestações não foram depositadas. Ao todo são 151 precatórios a serem saldados, que totalizam dívida de R$ 12 milhões.

Promessa – O prefeito José de Filippi Júnior (PT) prometeu, semana passada, que tentaria audiência no Tribunal de Justiça para resgatar R$ 7 milhões seqüestrados da receita para o pagamento de precatório no início do ano. Mas, segundo o presidente dos Precatorianos de Diadema, João Carlos dos Santos, até agora não foi marcada data da reunião.

O diretor de Assuntos Comunitários, Airton Germano da Silva, afirma que até o final desta semana sairá o pagamento para o primeiro da lista de precatorianos, que deveria ter recebido semana passada. "Nós estamos fazendo de tudo para que eles recebam o dinheiro."