Economia Titulo
Emprego na construção cresce 672,7%
Por Lucy Cárdia
Do Diário do Grande ABC
22/07/2008 | 07:01
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O setor de construção civil do Grande ABC registrou expansão de 672,7% no número de vagas abertas nos primeiros cinco meses do ano, se comparado ao mesmo período de 2007, o que representou a contratação de 2.156 trabalhadores com carteira assinada nas sete cidades - em 2007, foram abertas somente 279 novas vagas no acumulado de janeiro a maio.

O crescimento foi impulsionado pelo aumento nas vendas de imóveis residenciais e pelo aquecimento das obras de infra-estrutura por parte de Municípios, do Estado e do governo federal, por intermédio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os dados, obtidos com exlusividade, foram apurados em pesquisa realizada pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e pela FGV Projetos.

Na avaliação de Sergio Watanabe, presidente eleito do SindusCon-SP, "a pesquisa mostra que a região está ampliando o número de vagas para atender , principalmente, aos empreendimentos já vendidos no segundo semestre de 2007 e início de 2008". Ele explica que as vendas estiveram bastante aquecidas nesse período e, agora, as obras estão em pleno andamento.

Esse crescimento possibilitou que o estoque de mão-de-obra da região, no setor de construção civil, atingisse o patamar o maior desde 1995 (quando o estudo começou a ser realizado): um contingente de 28,4 mil trabalhadores, empregados tanto em empreendimentos residenciais como em obras públicas de infra-estrutura.

Comparado ao número de profissionais no final de dezembro de 2007, o total de trabalhadores no setor apresentou aumento de 8,1%. Em relação a maio de 2007, as contratações em maio deste ano tiveram evolução de 17,6%.

QUEDA PONTUAL
O desempenho da região exclusivamente no mês de maio, entretanto, não foi favorável. Na interpretação de Watanabe, a ‘queda pontual' de 2,21% no nível de emprego no Grande ABC - um saldo negativo de 644 postos de trabalho -, "é resultado, entre outros fatores, da finalização de obras públicas e do impedimento de novas contratações de obras municipais desde o final de maio, devido ao período eleitoral".

Esse recuo, pelas contas do presidente eleito da entidade, dará lugar a novas altas nos índices de contratação ao longo dos próximos meses. Essa avaliação está escorada no grande número de lançamento imobiliários na região.

Segundo ele, a expectativa é de que a construção civil permaneça aquecida até o final do ano e durante o ano de 2009. "Na minha avaliação, as vendas de imóveis residenciais, em especial para as classes médias e média-baixa, devem crescer ao longo do ano, embora em menor ritmo, e elevar ainda mais o estoque de mão-de-obra do Grande ABC," diz.

Com relação aos juros dos financiamentos para pessoa física, Watanabe avalia que as taxas deverão ser mantidas nos próximos meses, ainda que o Copom (Comitê de Política Monetária), eleve em 0,5 ponto percentual a taxa de juros da Selic em sua reunião de amanha. "Os juros devem ficar como estão e, se houver algum ajuste, será algo insignificante", prevê.

O que falta agora é a contribuição do governo, "com a redução das despesas públicas e o envio da reforma tributária para discussão", avalia Watanabe.




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