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STF retoma debate sobre prisão em 2ª instância

Após Cármen Lúcia se mostrar irredutível em pautar assunto, Marco Aurélio provocará tema hoje

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
21/03/2018 | 07:00
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A possibilidade de revisão do entendimento jurídico que autoriza a execução da prisão após condenações em segunda instância voltará a ser debatida pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Márcio Aurélio Mello deve provocar a discussão desse tema na sessão de hoje.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o ministro deve apresentar uma questão de ordem para que a possível revisão seja pautada imediatamente pela presidente da Corte, Cármen Lúcia, por meio da apreciação de duas ADCs (Ações Declaratórias de Constitucionalidade).

Caso isso ocorra, será o primeiro avanço concreto da ideia – defendida abertamente por ministros – de que o Supremo deve retomar essa discussão e reanalisar o aval à execução provisória da pena antes que sejam exauridos todos os recursos judiciais em tribunais superiores em um processo.

A pressão sobre o STF intensificou depois de aumentar as chances de eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que o petista foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

A decisão de Marco Aurélio de apresentar questão de ordem se dá depois de a presidente do Supremo se mostrar irredutível, em entrevistas à GloboNews e à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, em pautar a revisão do tema para ser votado em plenário por entender que reverter o entendimento pode reforçar a impunidade no País.

Também em entrevista à rádio mineira, Cármen Lúcia comentou sobre a ideia de convocar uma reunião informal para discutir internamente o assunto com os ministros. Segundo a presidente do STF, o encontro foi sugerido pelo decano Celso de Mello. O objetivo do ministro seria poupar Cármen Lúcia de uma possível questão de ordem, o que representaria, segundo Celso de Mello, uma cobrança pública inédita na história da Corte, uma vez que a pauta de julgamentos é definida exclusivamente pela presidência do STF. “Eu apenas me reuni com a presidente para evitar que na quinta-feira houvesse cobrança pública dirigida a ela em sessão plenária”, disse o decano.

O encontro entre os 11 ministros, porém, não ocorreu porque houve impasse sobre quem deveria convocar a reunião. “Se não houve convite por parte da presidência, isso significa que ela não se mostrou interessada”, disse Celso de Mello. (com Agências) 




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