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Lingüiça apresenta excesso de sal, segundo pesquisa
Adriana Ferraz
Especial para o Diário
24/03/2006 | 07:59
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O consumo exagerado de lingüiça calabresa pode representar um sério risco à saúde. Segundo pesquisa realizada pela Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), em 2005, junto a nove fabricantes nacionais, o produto apresenta alto teor de sal e gordura em sua composição, podendo causar, entre outros problemas, aumento da pressão arterial e dificuldade de circulação sanguínea.

Divulgado na quarta-feira, o estudo levou em conta questões como composição, sabor, peso, rotulagem e preço do produto. Os pesquisadores analisaram dois grupos de lingüiça calabresa: as embaladas de fábrica e as vendidas a granel. O resultado para ambos os tipos prevê o mesmo conselho: consumo moderado.

De acordo com a engenheira de alimentos Maria Carolina Guimarães, responsável pelo teste, o principal vilão é o sal. Na análise publicada, ele correspondia, em média, a 3% de sua composição. Isso quer dizer que, se o consumidor compra uma unidade de 180 gramas, esta conta com cerca de 5,4g de sal. “Esse número é quase a quantidade total que uma pessoa precisa por dia (6g), de acordo com a Organização Mundial de Saúde”, afirma a engenheira.

Além disso, o limite do teor de gordura permitido em lingüiças cozidas, segundo o Ministério da Agricultura, também é alto: 35%. Para a Pro Teste, esse índice deveria ser reduzido com a utilização de carnes de melhor qualidade e cair para, pelo menos, 30%.

Legislação – O país não conta com legislação específica para produtos vendidos a granel. A Pro Teste considera que este tipo de alimento precisa receber um tratamento mais adequado. “As lingüiças frescas deveriam apresentar, assim como qualquer outro alimento do tipo, etiqueta com as informações relevantes e necessárias na hora da compra, como prazo de validade e composição”, diz Guimarães.

Durante a pesquisa, a associação constatou outros pontos que devem preocupar o consumidor final. Um deles está relacionado à temperatura. Produtos perecíveis requerem uma refrigeração de 4°C para não perderem sua qualidade e utilização. Segundo o resultado apresentado, todas as marcas vendidas a granel encontravam-se em temperatura ambiente. “Isso é um absurdo se levarmos em conta o calor que faz no Brasil”, afirma.

A coordenação da pesquisa adverte que o teste comparativo não serve para desqualificar qualquer das marcas envolvidas, mas para alertar o consumidor. A lingüiça calabresa está cada vez mais presente na mesa do brasileiro, seja no churrasco ou como recheio de pizza e sanduíche. Para evitar radicalismos, a dica é manter sempre uma alimentação rica e balanceada. “Desse modo, comer uma calabresa nos finais de semana, mesmo com alto teor de sal, não deve causar nenhum grande problema, apenas tome cuidado ao efetuar a compra”, completa.




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