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'Grito dos Excluídos' critica política econômica
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06/09/2004 | 20:40
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O Grito dos Excluídos vai dedicar suas atenções neste ano à crítica da política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Celebrada sempre no dia 7 de Setembro, esta será a décima edição do evento. Ele faz parte do calendário oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e sempre contou com o apoio do PT.

Em artigo sobre a celebração deste ano, divulgado pela internet, o bispo d. Aldo Pagotto, presidente da Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, afirma: “O Grito dos Excluídos não é de revolta, mas de uma profunda dor, gerada por expectativas frustradas, acompanhada de esperança, de compromisso histórico.” Em outro artigo sobre o tema, d. Demétrio Valentini, da Diocese de Jales, no interior de São Paulo, insiste: “O Grito expressa a urgência de iniciativas diante da gravidade da situação vivida pelos excluídos, que descobrem seu protagonismo e convocam para a solidariedade.”

Na opinião de d. Aldo, que é arcebispo da Paraíba, o país padece com a falta de um projeto nacional de desenvolvimento integrado e de reformas profundas. Para ele, as reformas feitas até agora “não passam de políticas de compensação, agradando mais às elites que sempre dominaram o país”.

Propostas – O que a Igreja deseja, segundo o bispo, “são propostas concretas para fazer o Brasil voltar a crescer, começando pelo investimento em educação, em saúde, na geração de trabalho, com garantias de ocupação e renda. Basta de paliativos.” O Grito dos Excluídos foi criado em 1995, no contexto da Romaria dos Trabalhadores, e o tema de sua manifestação inaugural foi A Vida Em Primeiro Lugar. No ano seguinte passou a fazer do calendário da CNBB.

A cada ano denuncia a exclusão social, decorrente da concentração de renda, e a ausência de políticas de inclusão. Um dos temas recorrentes nas manifestações mais recentes tem sido o combate à proposta de criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Segundo d. Demétrio, “o Grito alerta contra a tentativa de dissolução das identidades nacionais e das políticas públicas em nome de uma eficiência econômica que só contempla os interesses corporativos do capital transnacional”.

Estão previstas para esta terça-feira manifestações contra a política econômica em diferentes partes do país. Também acontece nesta terça a Romaria dos Trabalhadores, que tem como destino o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo.

MST – O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) em Pernambuco, Jaime Amorim, disse segunda-feira que este deve ser o último ano, no Recife, em que o Grito dos Excluídos terá o caráter de manifestação alternativa de luta pela efetiva independência do Brasil. Em 2005, segundo ele, todas as organizações que integram o Grito, incluindo o MST, querem dividir espaço com o Exército e Polícias no desfile oficial do 7 de Setembro. “Vamos transformar a data em dia de luta e não de comemoração”, afirmou ele. “O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a tarefa de lutar pela soberania e independência do país”. Amorim disse que os representantes da sociedade civil pretendem combinar com o Exército e a Polícia Militar o desfile conjunto a partir de 2005. “Mas mesmo que eles não queiram, essa é a nossa intenção”, afirmou.




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