O número de casos de furto de água teve ligeira queda, de 8,71%, entre 2015 e 2016 nas quatro cidades atendidas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na região: São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. A quantidade de fraudes contabilizada por funcionários da empresa em residências e estabelecimentos comerciais passou de 597 para 545 no período, o correspondente a quase 1,5 ocorrência por dia.

Conforme balanço divulgado ontem pela companhia, São Bernardo é a cidade com maior número de fraudes: foram 478 em 2016 contra 557 um ano antes. O município, no entanto, é o único onde foi registrada queda nos casos. Na sequência aparecem Diadema (passou de 23 para 36 no período), Ribeirão Pires (de dez para 17) e Rio Grande da Serra (de sete para 14).

Os dados integram programa contínuo da Sabesp de fiscalização e combate ao crime, o qual prevê desde a cobrança do valor retroativo ao mês de início das fraudes até o indiciamento do consumidor por furto, cuja pena varia de um a quatro anos de reclusão, além de multa.

Embora tenham sido intensificadas as vistorias no Grande ABC em 2016, a quantidade de casos de furto de água ficou praticamente estável na comparação com o ano anterior, avalia o superintendente de auditoria da Sabesp, Marcelo Fridori. Já em relação a 2015, houve redução de 10,36% nos números (foram 608 fraudes naquele ano).

Entretanto, é possível observar alta de quase 20% nos registros destacados em 2014 (455 crimes).

“Temos trabalho contínuo de caça-fraudes, mas ele foi intensificado em 2014, muito em razão da crise hídrica. É feita análise do consumo por equipe e, quando destacada queda acentuada, é realizada vistoria para confirmar o crime”, destaca Fridori.

O volume de água desviado nas quatro cidades em 2016 foi de 100,2 milhões de litros, o suficiente para abastecer população aproximada de 30,2 mil pessoas. Apenas em São Bernardo foram fraudados 90,8 milhões de litros do recurso hídrico – 5,5 milhões em Diadema, 2,1 milhões em Ribeirão Pires e 1,7 milhão em Rio Grande da Serra.

“É uma perda para a sociedade e que ficou mais evidente durante a crise hídrica, quando faltava o bem. Isso acontece porque o fraudador não se preocupa em consumir de forma consciente”, observa o superintendente de auditoria da Sabesp.

REGIÃO METROPOLITANA

Em toda Grande São Paulo foram destacadas 25,9 mil fraudes no ano passado, número 35% maior do que o registrado em 2015: 19,2 mil. O volume desviado em 2016 é suficiente para abastecer cerca de 380 mil  pessoas  durante  um  mês,  praticamente a população de Diadema, por exemplo.