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PTB e PDT viram rota de fuga para petistas no Grande ABC

Depois de pífio resultado eleitoral de outubro, expoentes do PT podem trocar de sigla para escapar de rejeição à estrela vermelha

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/12/2016 | 07:00
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Temerosos com o resultado eleitoral de outubro, que reduziu drasticamente o número de petistas em cargos eletivos pelo estado, referências do PT no Grande ABC traçam estratégia de driblar a rejeição ao partido para se manterem ativos politicamente nas próximas eleições. O plano hoje desenhado é mudança de sigla e, neste prisma, PDT e PTB surgem como as principais alternativas de fuga.

Dirigentes petebistas e pedetistas sondaram petistas da região logo após o resultado eleitoral pífio do partido – não elegeu prefeitos e a bancada de vereadores caiu de 29 para 16 cadeiras. Alguns se seduziram com as conversas e podem mudar de sigla no próximo ano, quando baixar a poeira do desastre eleitoral do petismo.

O primeiro quadro que deve sair do PT é o prefeito de Mauá, Donisete Braga. O petista perdeu a reeleição para Atila Jacomussi (PSB) e viu o número de vereadores do partido sair de cinco para apenas um – Marcelo Oliveira. Donisete, inclusive, preparou terreno para migrar para o PTB e levar com ele outras dez figuras do partido, entre elas Jô Ramires e Ruzibel Sena de Carvalho, que foram suas secretárias na gestão.

Cacique do PTB no Estado, o deputado Campos Machado convidou Donisete Braga para ser candidato pela sigla em outubro, mas o chefe do Executivo optou por concorrer à reeleição pelo petismo. Como contrapartida, alocou o PTB como vice: o empresário Cleber Broch, gerente do Mauá Plaza Shopping.

O PTB também segue à caça do ex-prefeiturável Claudinho da Geladeira, de Rio Grande da Serra. Candidato à Prefeitura local por duas vezes – 2012 e 2016, em ambas derrotado pelo prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) –, Claudinho foi convidado para trocar de partido. Xodó do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2012, o ex-vereador não escondeu a frustração pelo fato de os principais dirigentes do petismo sequer terem o procurado para falar sobre o futuro. Além disso, o ex-prefeito Ramon Velásquez, desafeto de Claudinho, prometeu retornar a Rio Grande para comandar a reconstrução da legenda na cidade, que elegeu dois vereadores: Benedito Araújo e Marcelo Cabeleireiro.

A aproximação nacional de PT e PDT – que pode render o lançamento do ex-ministro Ciro Gomes como presidenciável pedetista com apoio dos petistas – motivou as discussões de mudanças de partido no Grande ABC. Pedetistas sondaram o ex-prefeiturável Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, de Diadema e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, de São Bernardo. As primeiras conversas foram conduzidas pelo ex-candidato a prefeito do PT em Rio Grande da Serra Carlos Augusto César, o Cafu, que hoje está no PDT e trabalhará para o prefeito eleito de Hortolândia, Angelo Perugini (PDT), também um ex-petista.

Os dois, porém, mostram ainda resistência de sair do PT. Maninho, cinco vezes vereador e derrotado ainda no primeiro turno na eleição à Prefeitura de Diadema, criou-se politicamente no petismo e virou um dos expoentes da legenda na cidade com o distanciamento dos ex-prefeitos José de Filippi Júnior e Mário Reali.

Luiz Fernando, por sua vez, quer ser o candidato do PT em 2020 e aposta no discurso de renovação no diretório de São Bernardo para poder se cacifar como prefeiturável daqui a quatro anos. O deputado estadual deve lançar alguém de seu grupo para presidência do diretório municipal. Caso seja derrotado internamente, aumentam as chances de ele sair do petismo. (Colaborou Leandro Baldini) 




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