Setecidades Titulo Atraso
Diadema engaveta projeto de centro de parto normal

Prefeitura afirma que continua empenhada, no
entanto, destaca que dará prioridade a demais ações

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
16/11/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


 Em discussão desde 2011, quando foi anunciado pelo então prefeito Mário Reali (PT), o projeto do centro de parto normal do Hospital Municipal de Diadema, no bairro Piraporinha, foi engavetado temporariamente pela atual gestão de Lauro Michels (PV). Segundo a Prefeitura, a decisão foi tomada em decorrência de impasses encontrados na liberação de alvará do Corpo de Bombeiros e também na divergência de valores necessários para execução das obras.

Na contramão de municípios como Santo André, São Bernardo e São Caetano, que já contam com centros especializados em parto normal, Diadema afirma ter postergado seu projeto ao optar “por investimentos que tragam melhorias diretas para o atendimento à população”.

No entanto, conforme já noticiado pelo Diário, a decisão foi uma saída encontrada pelo prefeito Lauro Michels, cujo objetivo é obter mais tempo para sanar impasse relacionado à compra do prédio do complexo de Saúde, que tem impedido a intervenção no edifício.

Isso porque o prédio do Hospital Municipal, pertencente ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), no momento passa por alienação para a Secretaria do Patrimônio da União, que destinará o imóvel para o Ministério da Saúde. Tal medida impede que a Prefeitura realize qualquer reforma estrutural no equipamento.

Para agravar a situação, segundo a própria administração municipal, o local não possui AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). Sem o documento, a Caixa Econômica Federal não está autorizada a liberar recursos para a obra.

Embora a Prefeitura afirme que dará prioridade a outros projetos de Saúde do município, ao mesmo tempo em que “continua empenhando esforços para a liberação do alvará (do edifício)”, a decisão do Paço é vista como um ato que anula todo o esforço empenhado no projeto desde 2011, quando os recursos para a construção das cinco salas PPP (Pré-parto, Parto e Pós-parto) no quarto andar do Hospital Municipal foram garantidos mediante convênio com o Ministério da Saúde, por meio do programa Rede Cegonha, sendo R$ 322 mil do governo federal e contrapartida municipal de R$ 130 mil.

A Prefeitura chegou, inclusive, em agosto de 2014, a concluir a licitação para a construção do equipamento, com o prazo de três meses para entrega da obra, no entanto, o processo terá que ser postergado.

De acordo com a Prefeitura, a construção do centro de parto normal não corresponde ao valor atual necessário para a conclusão da obra. Porém, a administração municipal não destacou qual seria o aporte complementar que precisa para execução das intervenções.

 

Prefeitura prevê construção de outro hospital municipal

 

Após enfrentar série de dificuldades na área da Saúde ao longo dos últimos anos, incluindo a demissão em massa de 100 médicos em 2013, a Prefeitura de Diadema projeta para os próximos meses diversas intervenções para otimizar o serviço de atendimento à população.

Dentre as propostas do Paço está a construção de um hospital público municipal, que “esteja dimensionado para atender ao crescimento da população”, conforme a Prefeitura.

Em agosto, durante visita ao Diário, o prefeito Lauro Michels (PV) chegou a informar que já desenvolveu projeto para o prédio, com oito andares e de valor estimado em R$ 58 milhões, para funcionar em terreno atrás do Hospital Municipal, no bairro Piraporinha. A expectativa inicial era tentar dividir as despesas por igual entre a administração municipal, o governo do Estado e a União.

Além do novo equipamento, a Prefeitura trabalha para viabilizar o centro obstétrico, localizado no segundo andar do Hospital Municipal, bem como o término da reestruturação dos espaços físicos de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) que estão em plena execução, e a informatização do sistema de seus equipamentos de Saúde.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;