Esportes Titulo Sucesso no Exterior
Mauaense faz sucesso lá fora

Preparador físico Anderson Nicolau já tem dez títulos, inclusive em clubes do Exterior

Por Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
18/09/2016 | 07:00
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Arquivo Pessoal


Um dos principais aspectos do futebol moderno é o preparo físico dos jogadores, que, inclusive, pode significar a diferença entre a vitória e a derrota, e, consequentemente, influi na conquista de um título. E o mauaense Anderson Nicolau faz sucesso mundo afora ao juntar a base técnica brasileira com a experiência adquirida fora do País. Dono de dez taças nacionais e internacionais, o preparador físico de 34 anos tem ajudado o desenvolvimento do futebol de nações consideradas mercado alternativo e malvistas pelos profissionais da área e por torcedores, como Iraque, Tailândia e Arábia Saudita, onde está desde julho, no Al-Faisaly.

“As pessoas têm uma visão que quando você vem para alguns centros, o faz por dinheiro ou para fazer qualquer coisa. Mas o nível de exigência é muito grande. Eles (clubes) têm opção de escolher comissões técnicas europeias. Você encontra profissionais de diversas nacionalidades. Estou próximo a tudo que acontece no futebol”, afirmou Nicolau ao Diário.

E estar envolvido com o futebol foi o que o motivou a seguir carreira de preparador físico. Quando jovem, quis ser jogador – começou no Ribeirão Pires Futebol Clube e tentou a sorte no Ipatinga-MG, Juventus e Corinthians. Mas não deu certo, o que o desafiou a buscar a razão de seu insucesso. “Percebia que tecnicamente conseguia jogar, mas fisicamente era muito abaixo, e fui tentar descobrir o porquê”, contou.

Iniciou os estudos de Educação Física na extinta Fefisa (Faculdades Integradas de Santo André) e conseguiu estágio na Fedato Esportes, empresa de São Caetano que presta consultoria à fisiologia do Corinthians. Em seu segundo ano, garantiu vaga no Cruzeiro, e, em Minas Gerais, se graduou. Depois, iniciou trajetória no futebol profissional e passou por Francana-SP, Guarani-MG, Gama e Ipatinga antes de, em 2013, ser convidado pelo técnico Lourival Santos, que comandava o Al Shorta SC, do Iraque.

“Me passaram que era um clube árabe. E logo pensei no Catar, na Arábia Saudita. Quando falaram que era no Iraque, deu frio na barriga, tive que analisar muitas coisas”, disse. “É um choque de realidade, você vê a cidade (Bagdá) destruída. Na segunda semana, estávamos explicando aos jogadores o treino e ouvi um barulho ensurdecedor: uma bomba! Deu tremedeira nas pernas, a voz travou. E o capitão falou que era normal, mas eu disse: ‘Normal para você!’”, contou ele, que hoje dá risada da história.

Lá, foi bicampeão nacional e eleito melhor preparador físico da competição. Em 2015, partiu para o Buriram United, da Tailândia. “É um país maravilhoso e rico em cultura. Você tem qualidade de vida espetacular”, destacou ele, que conquistou sete títulos no país.

Calejado com as culturas já vividas, Nicolau não teve choque tão grande ao ir para o Al-Faisaly, da Arábia Saudita, em julho deste ano. “O comércio fecha três vezes ao dia para reza. Não adianta querer um supermercado aberto às 12h15, vai estar tudo fechado. Alguns restaurantes são exclusivos para família. É uma cultura mais fechada”, explicou.

O mauaense afirmou que tem ideia de voltar ao Brasil, mas ainda se vê alguns anos atuando no Exterior.

“Tenho algumas coisas a conquistar no mundo. Talvez participar de uma comissão técnica de seleção porque enriquece o currículo, e trabalhar em países como Coreia do Sul e Japão, em que você tem um ganho grande em organização”, destacou Nicolau.

 

 




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