Automóveis Titulo
Nipo-mexicano
chega para agitar
Sueli Osório
Enviada a San Diego (EUA)
28/09/2011 | 07:00
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Nissan não quer mais ter um desempenho acanhado no Brasil. Acreditando na qualidade de seus produtos e na força global da marca - foi a quinta colocada em vendas no mundo no primeiro semestre do ano, com 1.705.151 unidades comercializadas no período, segundo dados da Jato Consult - a montadora de origem japonesa quer mais do que o atual 1,8% de participação de mercado.

Por conta disso, a chegada do mexicano March, que passa a ser o carro de entrada da Nissan, é fundamental. Durante a apresentação do hatchback à imprensa especializada brasileira em San Diego, nos Estados Unidos, o presidente da Nissan do Brasil, Christian Meunier, cravou que pretende chegar à marca de 4.000 a 5.000 unidades vendidas do modelo em março de 2012.

A intenção é chegar ao fim de 2012 com vendas totais da marca de 10 mil unidades por mês, o que garantiria à Nissan 3% de market share. A meta é alcançar 5% de participação em 2014. Por conta disso, a rede de concessionárias também está crescendo. Hoje, são 117 pontos de venda em todo o País. Em novembro, o número chegará a 140 lojas. "Nosso compromisso com o Brasil é total", afirmou Meunier.

O March é o primeiro produto da nova plataforma ‘V' (de versátil), criada para ser global e atender ao mercado de 160 países. Atualmente, o hatch é comercializado em 56 países. Desde o lancamento, no ano passado, já foram vendidas mais de 200 mil unidades em todo o mundo.

O segundo produto dessa plataforma é o Versa, sedã compacto que será vendido no País a partir de novembro (veja matéria abaixo). Está previsto um terceiro veículo que utilizará a mesma plataforma e que será vendido aqui. É possível que seja um crossover (modelos que mesclam características de vários segmentos). "O March e o Versa representam nova etapa da Nissan no Brasil. Agora, passaremos da segunda divisão para a primeira", brincou o presidente da marca, fazendo uma analogia com os times de futebol.

O presidente afirmou que o recente anúncio sobre as mudanças no IPI para os carros importados não altera a previsão de investimentos da marca para o País. "Teremos nova fábrica no Brasil, que terá capacidade instalada para produzir 200 mil veículos por ano. Para sermos um player importante no setor automotivo brasileiro, precisamos de uma fábrica própria", garantiu. Há rumores de que a nova unidade seja construída em Resende (RJ). No entanto, mesmo depois do início das operações da nova unidade, a Nissan continuará produzindo na fábrica de São José dos Pinhais (PR), em conjunto com a Renault, marca francesa com a qual tem aliança. 

PREÇO COMPETITIVO

Produzido no México, e portanto não sofrendo com a taxa de importação e nem com o recente aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados, graças a acordo de livre comércio entre os dois países, o March vem com preço bastante competitivo. Na versão de entrada, equipada com motor 1.0 16V bicombustível, custa R$ 27.790, chegando a R$ 39.990 na topo de linha, 1.6 SR. No entanto, as versões S, SV e SR com motor 1.6 só começam a ser vendidas em novembro.

De olho em competidores como o Fiat Uno e o Volkswagen Gol, uma das estratégias da Nissan é oferecer o March com preço atraente e recheado. Por isso, já na versão de entrada, o compacto com DNA japonês tem itens como air bags frontais para motorista e passageiro, ar quente, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, tampa de combustível com abertura interna e tomada de 12 V integrada ao console central. 

Leve, hatch não decepciona na estrada 

Segundo a Nissan, foram feitos fortes investimentos para melhorar todos os processos da produção do carro. A tecnologia colaborou ainda para manter o peso baixo no March: o compacto pesa entre 925 kg e 938 kg na versão 1.0 e, na 1.6SR, a mais equipada, não ultrapassa 982 kg. Com menos peso e mais estável, a promessa é de maior economia de combustível e, consequentemente, menor emissão de poluentes.

Durante test drive realizado em ruas e highways de San Diego, na Califórnia, o modelo demonstrou fôlego, principalmente em quinta marcha, no trânsito fluido e organizado da cidade. Nas subidas sinuosas a caminho do Mount Soledad, onde há monumento em homenagem aos veteranos de guerra que serviram às Forças Armadas dos Estados Unidos, foi possível lembrar que o motor se tratava de 1.0, pois por várias vezes foi necessário reduzir marchas para ganhar força.

Uma opção interessante de compra pode ser a versão 1.0 S, com preço de R$ 33.390, que vem ainda equipada com ar-condicionado, direção elétrica progressiva, abertura e fechamento das portas e porta-malas por controle remoto, retrovisores externos com regulagem elétrica e na cor da carroceria, além de vidros dianteiros e traseiros elétricos.

Já o modelo 1.6 S, o de entrada para essa motorização, oferece todos os equipamentos da versão 1.0 S e o motor 1.6 16V com 111 cv de potência a 5.600 rpm e torque de 15,1 mkgf a 4.000 giros. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 9,8 segundos com gasolina e 9,5 com etanol. Já a velocidade máxima é de 191 km/h.

O March 1.6 S custará R$ 35.890 e estará à venda em novembro. 

Versa vem em novembro

Durante visita ao Centro de Design da Nissan em San Diego, o presidente Christian Meunier apresentou o Versa, sedã compacto que será vendido no País a partir de novembro, com motor 1.6 e preço inicial de R$ 36 mil.

Segundo Meunier, o modelo não substituirá o Tiida Sedan, mas ficará posicionado abaixo dele. "Vamos manter os dois produtos por um tempo, reposicionar o Tiida Sedan, oferecer mais equipamentos ou ter versões diferentes. Talvez fique focado para vendas diretas." Segundo ele, inicialmente as vendas do Versa deverão ter volume de 2.000 unidades mensais. O modelo já é oferecido em mercados como Estados Unidos e México.




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