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China quer ter concorrente para Boeing e Airbus
Da AFP
19/03/2007 | 16:48
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A China, quarta potência econômica mundial, deu sinal verde ao desenvolvimento de um programa aeronáutico que poderá concorrer com os construtores ocidentais Airbus e Boeing, confirmando sua ambição de não ser mais somente o ‘ateliê do mundo’.

A decisão sobre as aeronaves de mais de 150 lugares foi tomada numa reunião do comitê executivo do Conselho de Estado em 26 de fevereiro, que foi presidido pelo primeiro-ministro Wen Jiabao. O comitê aprovou a criação de uma empresa para fabricar o avião de grande porte e o lançamento do projeto o mais rapidamente possível.

Segundo o jornal ‘Quotidien du Peuple’, órgão do Partido Comunista chinês, a reunião apontou as dificuldades e os riscos do programa, que deve “realizar esta missão histórica e gloriosa com uma determinação se limites, uma forte vontade e muito esforços”. O projeto é uma importante decisão estratégica do governo chinês e um antigo desejo de todo o povo.

A China nunca fez mistério sobre sua ambição de desenvolver a própria tecnologia em inúmeros setores industriais estratégicos, o nuclear ou o ferroviário, depois de ter se aproveitado das transferências de tecnologias dos países ocidentais.

“Após 50 anos de desenvolvimento de nossa indústria aeronáutica, temos as bases materiais e tecnológicas para desenvolver um avião de grande porte”, afirmaram responsáveis chineses, não excluindo a possibilidade de ainda recorrer a cooperações internacionais. “Isto levará três anos para lançar este programa”, disse Cao Huiling, professor de engenharia aeronáutica na Universidade de avião civil. “Nós temos a experiência dos aviões militares e o orçamento não é um problema se o governo quiser que este programa decole”, continuou.

Segundo estimativas da Airbus reveladas em novembro passado, as aeronaves de um corredor e entre 100 e 220 assentos representarão 70% do mercado mundial nos 20 próximos anos. Além disso, a Ásia está em pleno crescimento e, em particular, a China, e atenderão o forte aumento do tráfego de passageiros. O Boeing e a Airbus, que dividem o mercado aeronáutico chinês da aviação civil, prevêem uma demanda chinesa de 2.700 a 2.900 aviões daqui a 20 anos.

A Airbus deve colocar em serviço na China em 2009 sua primeira rede de montagem fora da Europa, no porto de Tianjin, não muito longe de Pequim, tentando evitar uma transferência completa de tecnologias.

“Nosso próximo concorrente virá da China”, anunciou o diretor do gigante americano da aeronáutica Boeing, James McNerney, afirmando que é ilusão achar que para sempre só haverá Boeing e Airbus. “Os chineses têm pessoas bem formadas, um forte espírito de empresa e um mercado interno enorme”.

A China já desenvolveu um avião de 100 lugares, o ARJ-21 (‘Advanced regional jet for the 21st century’), avião de ponta para o século XXI), que deve realizar seu vôo inaugurar em março de 2008.




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