Setecidades Titulo
Fim de Pronto-Socorro leva
a protesto no bairro Taboão
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
19/02/2011 | 07:23
Compartilhar notícia


Moradores do bairro Taboão, em São Bernardo, estão revoltados com a possibilidade de fechamento do PS (Pronto-Socorro) do bairro. Ontem de manhã foi realizada uma manifestação em frente ao local com pelo menos 50 pessoas que pediam a continuidade dos atendimentos. A Prefeitura planeja desativar o PS e transferir os atendimentos para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Paulicéia, que deve começar a ser construída ainda no primeiro semestre.

Viaturas da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Municipal) reforçaram a segurança no local. O integrante do Conselho Municipal de Saúde Francisco Rodrigo de Carvalho Neto discorda dos motivos da administração para desativar o PS. "Primeiro, o lugar é longe daqui; segundo, as pessoas do bairro são maioria de classe média baixa. Eles não têm carro para se locomover nem o dinheiro da condução e precisam do atendimento no bairro", reclamou. A distância para o novo endereço, na Rua Pedro Toledo, 326, é de cerca de quatro quilômetros.

"Não estamos acreditando que teremos o transporte para nos levar daqui até o PS Central ou para a UPA da Paulicéia. Gostaríamos que o prédio fosse ampliado. É uma falta de respeito com a população simplesmente chegar e tirar, sem comunicar ninguém", disse a comerciante Noêmia Rodrigues, 59 anos.

"Onde ficam os nossos direitos? Nós pagamos nossos impostos e dependemos do PS. Queremos que a reforma seja feita, mas sem removê-lo daqui", opinou Efigênia Germano de Oliveira, diretora de assuntos comunitários do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) e moradora do bairro.

De acordo com boa parte dos usuários, o atendimento fornecido pelos profissionais do posto é considerado bom, apesar de terem alegado a falta de médicos pediatras e clínicos-gerais. "Se tirar vai ficar ainda pior", completou um dos manifestantes.

Maria Fernandes Siqueira, que mora há 48 anos no bairro, é usuária do PS e prevê problemas para se locomover até a UPA. "Temos que descer lá de cima para pegar uma condução. No PS só é preciso fazer algumas melhorias. Não é justo o que estão fazendo", reclamou.

UPA não pode ocupar o lugar do prédio

Um dos questionamentos dos moradores é sobre a possibilidade de construir uma UPA no mesmo local do pronto-socorro, evitando o transtorno do deslocamento até a nova unidade, que deverá ficar pronta até o fim do primeiro semestre deste ano.

Em nota, a Prefeitura esclareceu que "há impeditivos legais" para que a obra seja feita. Uma delas diz respeito às normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde para a implantação de UPAs, que se baseia na cobertura da população beneficiada. De acordo com a Prefeitura, como a população do Taboão é de 23.922 pessoas, não haveria possibilidade de se estabelecer a parceria com o governo federal, que exige um mínimo de 50 mil habitantes na região a ser beneficiada. Daí a escolha da área localizada no bairro Paulicéia, que abrangeria os bairros do Taboão e Jordanópolis. A administração garantiu que a nova UPA terá condições de atender os moradores dos três bairros, pois sua capacidade será de cerca de 300 pacientes por dia.

Para a Secretaria de Saúde, outra questão que impossibilita a manutenção do pronto-socorro na Avenida Taboão é que, assim que for inaugurada a UPA, a Pasta pretende reformar e ampliar o prédio da UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro, que fica ao lado do pronto-socorro.

ESCLARECIMENTOS
Para o dia 24, foi agendado um encontro entre representantes do poder público e moradores com o objetivo de promover a discussão sobre as possíveis melhorias planejadas para as unidades de Saúde do bairro. A reunião será no Centro Cultural Taboão, às 18h30.

Questionada, a Prefeitura não informou o motivo da desativação do PS e a possibilidade de readequar a estrutura do prédio para mantê-lo em funcionamento, atendendo ao pedido feito pelos moradores do Taboão.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;