Remendos, buracos e desnivelamento. Essa é a situação deplorável em que se encontram avenidas e ruas de São Bernardo. Na cidade em que se encontram cinco das principais montadoras do País, os motoristas têm de ter habilidade para fugir dos buracos. A equipe do Diário percorreu alguns endereços e constatou as dificuldades de moradores na hora de enfrentar o caos do asfalto.

Os trechos mais graves estão nas periferias e nas divisas, largados à própria sorte - ou azar, já que a prefeitura ignora esses pontos em seus mapas. A Rua dos Vianas, no Baeta Neves, é um exemplo. A via está na divisa com Santo André e sofre com o descaso. Sobram buracos e falta sinalização. A situação é igual em ruas das adjacências, como a Luís Pequini e a Avenida Marginal.

A Estrada da Cama Patente, no Alvarenga, é praticamente paralela à Rodovia dos Imigrantes, mas nem a proximidade com a via livrou-a do abandono. Cortada por ruas que não foram nem ao menos asfaltadas e por valetas malfeitas, a estrada é um cenário de horror aos motoristas que se atrevem a passar por lá.

No Demarchi, situações opostas se encontram em um curto trecho de asfalto. Localizada entre a Rua Maria Servidei Demarchi e a Estrada dos Casa, a Rua dos Feltrins está cheia de remendos. Como a via tem mão dupla, é preciso tomar cuidado para não perder o controle do carro durante um desvio e provocar um acidente. "A rua está toda estourada. Só tapam buracos, e, mesmo assim, é uma luta", afirma o aposentado Ivandio Vitorino Farias, 71 anos.

Quem persiste nesse trecho, se depara, um pouco mais para baixo, com uma pavimentação sem buracos e desníveis. A súbita melhoria pode ser explicada pela localização de um condomínio de luxo no local.

A Rua Humberto de Alencar Castelo Branco e a Estrada Samuel Aizemberg também são alvos de constantes críticas. Novamente, os buracos e a irregularidade do piso são problemas para quem passa por lá. "Já houve noite de parar cinco carros aqui com a roda estourada. Como chovia muito, os buracos estavam cheios de água e os motoristas não conseguiam enxergar", conta o frentista Givanildo Duarte de Oliveira, que trabalha em um posto na esquina dessas vias.

Esses são apenas alguns exemplos de ruas da cidade em situação deplorável. Em alguns casos, não há mais como tapar o buraco e colocar um remendo. É preciso refazer o asfalto.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que, com relação à Rua dos Feltrins, os reparos necessários são encaminhados para os serviços de tapa-buraco. O caso da Estrada da Cama Patente está inserido em tratativas com o Dersa, que deverá executar a recuperação asfáltica da via, sendo que a Prefeitura atenderá os serviços complementares que forem necessários.

Município e Sabesp assinam convênio tapa-buracos

Grande parte dos defeitos na pavimentação de bairros de São Bernardo é consequência de consertos realizados pela Sabesp no encanamento de água e esgoto. Mas, a partir de maio, a Prefeitura vai se responsabilizar por tapar os buracos. "A Sabesp continua responsável pela manutenção do encanamento, mas a reposição do asfalto será feita pela administração", confirmou o prefeito Luiz Marinho (PT).

A intenção do convênio foi firmada no ano passado. Pela iniciativa, a empresa vai repassar R$ 4,2 milhões para a Prefeitura fazer os reparos. A parceria tem validade por 15 meses com possibilidade de prorrogação.

A assinatura oficial do convênio entre Sabesp e Prefeitura será no início de abril. "Os remendos feitos pela Sabesp muitas vezes afundam no solo ou apresentam problemas", disse Marinho.

O prefeito informou ainda que o Executivo está empenhado no recapeamento e manutenção das ruas da cidade. "O problema é que em alguns locais de mananciais não podemos fazer nada por conta da legislação", justificou. (Renan Fonseca)