A principal milícia paramilitar católica explicou sua decisão em um comunicado e a justificou porque considera "inaceitável" a forma como a oferta foi recebida pelos protestantes e pelo governo britânico.

"As condições para que essa proposta avance já não existem", afirma o IRA no texto. "Por isso, retiramos nossa proposta", acrescenta o IRA em seu comunicado, assinado, como é habitual, por P. O'Neill.

É a segunda vez em 18 meses que o IRA recua em uma oferta de desarmamento, como resposta à suspensão das instituições norte-irlandesas pelo governo britânico.

Desta vez, entretanto, o IRA não rompeu os contatos com a Comissão internacional de Desarmamento.

Ao contrário, a organização precisou que "acompanhará a evolução dos acontecimentos" e que "a manutenção da paz é um esforço coletivo".

O IRA lembra que na última quinta-feira, de acordo com a Comissão de Desarmamento, apresentou um método para "neutralizar as armas de forma completa e verificável".

"Nossa iniciativa foi o resultado de longas discussões com a Comissão", adianta o IRA no comunicado. "Era um passo sem precedente que nos obrigou a tomar decisões difíceis e que causou problemas em nossa organização".

Mas o IRA considera que "a rejeição pura e simples (de sua proposta) pelos dirigentes unionistas do Ulster é totalmente inaceitável".

A organização paramilitar condena igualmente a reação do governo britânico, que suspendeu provisoriamente as instituições norte-irlandesas no final de semana para dar mais tempo às partes de superar suas divergências.