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PF apreende documentos na casa de filho de Lula em Santo André

No ano passado, a empresa de Luís Cláudio da Silva foi investigada na Operação Zelotes por supostamente ter recebido R$ 2,4 milhões

Vitória Rocha
especial para o Diário
05/03/2016 | 07:00
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A Polícia e a Receita Federal cumpriram ontem mandado de busca e apreensão na residência de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, localizada no bairro Jardim, em Santo André. Em clima de tensão, moradores disseram que foram levados computadores e uma maleta grande com documentos. Imóveis de outros filhos de Lula, Marcos, Fábio e Sandro, também foram alvos da 24ª fase da Operação Lava Jato.

Dono da empresa LFT Marketing Esportivo, Luís Cláudio está sendo investigado pela Operação Zelotes, responsável por apurar esquemas de sonegação de impostos, por supostamente ter recebido R$ 2,4 milhões do lobista Mauro Marcondes, acusado de participar de compra de medidas provisórias. Apesar disso, em depoimento à Polícia Federal em fevereiro, o ex-presidente foi questionado sobre a hipótese do pagamento e negou com veemência.

Alguns moradores do condomínio, que fica em uma zona nobre andreense e é composto por cinco grandes prédios, contaram que ação da PF e da Receita Federal teve início às 6h e foi encerrada por volta das 10h40.

Todos que aceitaram falaram com a reportagem do Diário, no entanto, preferiram não se identificar por medo de implicações dentro do conjunto de edifícios.

De acordo com uma das residentes que moram no mesmo prédio que Luís Cláudio, o filho de Lula não foi preso, mas a ação da PF foi intensa. “Eu soube por uma moradora que saiu às 7h e viu (os agentes). Eles estavam revistando todos os carros da garagem para saber se ele (Luís) não estava no porta-malas. Quando eu soube, eles já tinham ido embora, levando malas. O negócio foi feio”, relatou.

“Eram 6h e eles (policiais) já estavam aqui. Fiquei olhando e até tomei café na mesa (da sacada) para poder ver”, contou outra moradora. “Eu sei o que está acontecendo devido ao fato de que não é a primeira vez. Minhas vizinhas disseram que a polícia já esteve aqui antes.”

Luís Cláudio, sua mulher e seu filho são retratados como pessoas discretas e, segundo os vizinhos, “antissociais”. “É só ‘bom dia’, ‘boa noite’ e olha lá. Ele cumprimenta você olhando para o chão, não olha no olho”, disse outra residente. “Nesta semana, ele (Luís) não quis pegar o elevador porque eu estava lá. Ele sempre pega o elevador de serviço. Ele e o pai dele. Quando viu que eu ia subir pelo de serviço, também não entrou”, discorreu.

“De vez em quando, eu os vejo pondo o carro na garagem, mas é muito pouco. Por conta disso, a gente não sabe muito”, contou uma das moradoras.




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