Economia Titulo Comércio exterior
Exportações seguem em retração
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/12/2015 | 07:00
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O Grande ABC deve fechar o ano com saldo comercial positivo, ou seja, com exportações maiores do que as importações, revertendo deficit observado em 2014. Isso porque, faltando contabilizar um mês para o encerramento de 2015, as sete cidades registraram, até novembro, vendas externas US$ 665 milhões acima das compras de produtos do Exterior. Porém, os dados, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostram que esse resultado não se dá pela melhora das encomendas a outros países, mas sim pela forte retração (de 27%) nas aquisições de itens estrangeiros.

Mesmo com o câmbio favorável (o dólar valorizado frente ao real), as exportações da região nos primeiros 11 meses de 2015 ficaram 7% menores em relação ao obtido no mesmo período de 2014, ao gerarem neste ano, até agora, US$ 4,55 bilhões. “O câmbio não é suficiente para tornar o produto nacional competitivo”, ressalta o coordenador de MBA de Comércio Internacional da FIA (Fundação Instituto de Administração), Celso Grisi. Ele cita que leva pelo menos um ano para que as companhias se insiram lá fora, pois precisam se adaptar às exigências de características dos itens nos outros países, montem estrutura de estoque de reposição e negociem condições de pagamento para os compradores, entre outros aspectos. Grisi assinala ainda que a valorização do real beneficiou mais os produtos básicos, como soja, café e açúcar, que vinham com cotações em queda lá fora, do que os manufaturados, como autopeças e veículos, que são o forte das exportações da região. “Precisamos de uma política industrial”, reforça.

Além disso, a indústria tem de retomar mercado perdido nos últimos anos. “Mesmo com o dólar favorável, é difícil competir com os chineses”, observa o conselheiro do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) William Pesinato. Ele afirma que, ao mesmo tempo, a importação tem caído por causa da crise (a demanda se retraiu e as empresas não investem em meio às incertezas da economia), e por causa do câmbio, que eleva os preços em reais de produtos comprados do Exterior. 




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