Política Titulo Crise nas finanças
Para cobrir rombo, Lauro extingue Planejamento

Após cortar secretaria inativa para enxugar
gasto, prefeito anuncia fim de Pasta estratégica

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
29/11/2015 | 07:01
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Celso Luiz/DGABC


Após anunciar corte de secretaria inativa como medida de austeridade, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou que vai extinguir a Pasta de Planejamento e Gestão, setor estratégico do governo. O departamento já não conta com gestor efetivo e é comandado interinamente pelo sogro do verde, Francisco José Rocha (PSDB), que é chefe de Finanças.

No início do mês, Lauro comunicou o fim da chefia de Gabinete – que tem status de secretaria – como forma de enxugar os gastos da máquina pública. O departamento, porém, funciona apenas com um servidor e já não tinha comandante efetivo desde o primeiro semestre – estava sob o comando de Marcos Michels (PV), líder da Educação. Os cortes anunciados pelo verde fazem parte da força-tarefa do Paço em cobrir o rombo de R$ 70 milhões nas contas públicas e garantir saldo positivo na receita deste ano.

Pelos cálculos de Lauro, a extinção dos dois departamentos garantirão economia de R$ 2 milhões. “Vamos mandar projeto para Câmara diminuindo linearmente em 50% as funções gratificadas. Vai dar economia de R$ 2,1 milhões. Já reduzi 75 cargos em comissão, poupando mais R$ 1,79 milhão. Estamos reduzindo duas secretarias, (que enxugará em) mais R$ 2 milhões. Toda a receita que estou reduzindo com horas extras, com tudo, vou conseguir economizar R$ 48,9 milhões. Faltam R$ 50 milhões (previstos para obter margem de fôlego de quase R$ 30 milhões, alcançando superavit). Não sei de onde vou cortar mais, tudo é prioridade. Vou tentar pelo menos zerar o deficit. Limitei gastos com gasolina e estou renegociando contratos”, discorreu o chefe do Executivo.

De janeiro a novembro, Lauro despendeu R$ 3,65 milhões com a Secretaria de Planejamento, segundo dados do Portal da Transparência da administração. A Pasta conta com 50 funcionários, entre comissionados e efetivos. O prefeito não informou, no entanto, qual será o futuro dos servidores de carreira da Pasta.

Pressionado pelo funcionalismo a cumprir com reajuste salarial de 7,89% ao funcionalismo, Lauro tem alegado que o caixa da Prefeitura não possui condições para arcar com o aumento e que estaria prestes a estourar o limite de gastos com pessoal de 54% da receita líquida, segundo estipula a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Por outro lado, o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) contesta e sustenta que o Paço ainda não alcançou o teto prudencial. Na quinta-feira, os funcionários decidiram que vão cruzar os braços por meio período no dia 10.

ALIANÇAS
Lauro negou que o corte de secretarias complicaria a negociação com partidos para a formação do arco de alianças de seu projeto à reeleição, em 2016. Na eleição de 2012, o verde prometeu que, se eleito, trabalharia com 15 secretarias. Com mais um corte, ainda serão 16 departamentos. “Eu tenho de estar bem com o povo, não com partido A, B ou C. Não é questão de partido entender (a extinção de cargos), mas de sobrevivência. Se eu não fizer, a Prefeitura para em março”, pontuou. 




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