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Técnico do Peru, Ricardo Gareca volta ao Brasil para melhorar a sua imagem
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16/11/2015 | 06:45
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O técnico da seleção do Peru, o argentino Ricardo Gareca, tem na partida desta terça-feira em Salvador uma oportunidade de melhorar a sua imagem com o torcedor brasileiro. Não que isso seja fundamental em sua carreira. Mas é, digamos, "um capricho". É que ele não conseguiu dizer a que veio na sua breve e fracassada experiência no Palmeiras no ano passado e gostaria, por profissionalismo e certa dose de vaidade, mostrar que tem "predicados".

A rigor, "El Tigre", como esse argentino de 57 anos é conhecido, tem até preocupações maiores. Apesar de sua situação na seleção peruana ter melhorado após a vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, na última sexta-feira, a sua cabeça ainda não está livre da guilhotina.

A expectativa e a pressão para o Peru voltar a participar de uma Copa do Mundo depois de tantos anos de ausência - a última vez em que esteve presente foi em 1982, na Espanha - é grande e os resultados ruins nas duas primeiras rodadas das Eliminatórias para o Mundial de 2018, na Rússia, o deixaram sob risco.

Ricardo Gareca foi o primeiro treinador a desembarcar no Brasil nesta onda de contratação de estrangeiros. Chegou antes do uruguaio Diego Aguirre e do colombiano Juan Carlos Osorio. Como os colegas gringos, não durou muito no cargo.

Seu trabalho no Palmeiras foi encerrado depois de menos de três meses (começou em 16 de junho de 2014 e foi demitido em 1.º de setembro) com oito derrotas, um empate e quatro vitórias em 13 jogos - um pífio aproveitamento de 33%.

Demissão que ainda fere o orgulho do treinador. "Gostaria de ter ficado mais tempo no Palmeiras e feito um bom trabalho. Mas foi muito difícil para mim e a verdade é que não me saí muito bem", admitiu durante a Copa América disputada no meio do ano no Chile.

E, segundo pessoas próximas a Ricardo Gareca, o que mais o chateou foi não conseguir mostrar em um país em que o futebol tem força enorme aquilo que caracterizou seu trabalho de quase 20 anos como treinador (começou em 1996, no Talleres argentino). De maneira resumida, defende um futebol de aplicação tática, mas sem abdicar nunca do jogo ofensivo.

SEM ENGRENAR - Ele voltou para a Argentina, mas foi parar no Peru - onde está desde março e tem prestígio pelo trabalho feito no Universitário em 2007 e 2008 (levou o time de Lima à conquista do Torneio Apertura). O problema é que, apesar do terceiro lugar na Copa América, a seleção não engrena - em 13 jogos são quatro vitórias, três empates e quatro derrotas. "Gareca precisa corrigir os erros rapidamente se quiser se manter no caminho da classificação", criticou o jornalista peruano Julio Menéndez.

O treinador reconhece que a seleção ainda não atingiu o rendimento ideal, mas diz acreditar no potencial dos jogadores e demonstra confiança em dar mais um passo, que seria o maior, contra o Brasil de Neymar. "É possível vencer o Brasil e vamos trabalhar para isso", garantiu. Ricardo Gareca sabe a importância de um bom resultado na Arena Fonte Nova para ele. Pelo passado, presente e futuro.




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