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Médica morre baleada em tentativa de assalto no Ipiranga
Do Diário do Grande ABC
21/06/2000 | 00:12
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A médica pediatra Natália Rodrigues Podboy Garcia, 34 anos, morreu nesta terça-feira pela manha por causa do tiro que a atingiu na noite anterior. Ela foi alvejada na cabeça quando estava dentro de seu Vectra voltando da faculdade, onde fazia mestrado. O crime ocorreu no cruzamento da Rua Vergueiro com a Avenida Presidente Tancredo Neves, regiao de Heliópolis, na Zona Sul da capital. Este é o terceiro caso de homicídio em semáforo em 21 dias.

Por volta das 22h, Natália realizava o trajeto entre a Fundaçao Medicina ABC, em Santo André, e sua casa, no Paraíso, Zona Sul da capital. No meio do caminho, a médica foi obrigada a parar o carro por causa do semáforo. De acordo com a polícia, Natália, que estava falando ao celular, aproveitou enquanto o sinal vermelho para conversar mais um pouco com seu cunhado, o comerciante Augusto Mena.

Nesse instante, ela percebeu pelo retrovisor que dois homens aproximavam-se de seu veículo e imediamente gritou para o seu cunhado: "Vou ser assaltada, tô sendo assaltada". Em seguida ela completou: "Nao, nao". Mena, ainda na linha, escutou, além do grito de desespero da parente, o barulho de um tiro.

Tragédia - O disparo atravessou a cabeça da médica, que perdeu o controle do veículo batendo em um caminhao que estava em sua frente. Os assaltantes fugiram sem levar nada. Natália foi levada por uma equipe do Corpo de Bombeiros para o Hospital Heliópolis, mas nao resistiu ao ferimento e morreu na manha desta terça. Seu corpo foi levado no início da tarde para o Instituto Médico-Legal, localizado na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiro, Zona Oeste.

O corpo de Natália foi velado durante toda a noite em um cemitério no bairro do Morumbi, Zona Sul da capital, onde será sepultado na manha desta sexta.

A polícia desconfia que o assassino atue habitualmente na regiao da rua Vergueiro.

Revolta - Amigos da médica estavam revoltados com a tragédia. Parentes estavam em estado de choque. "É impressionante, vivemos em uma insegurança total", desabafou um médico com quem trabalhava Natália, em uma clínica na Zona Sul da capital. Ele nao quis dar seu nome. "Está na hora de o governador Mário Covas tomar uma atitude séria, pois nao podemos mais continuar assim". Depois gritou: "Ela estava fazendo mestrado, pois queria ampliar seus conhecimentos para salvar mais vidas".

Outros casos - Ao seguir para a faculdade, na noite de 30 de maio, a universitária Rosana Lamin Marques, 22 anos, também foi morta com um tiro na cabeça dentro de seu carro, um Gol. O crime aconteceu no cruzamento do Anel Viário Metropolitano com a Rua Brejaúva, em Diadema, regiao do Grande ABC. Rosana, que cursava o 4º ano de Ciências Contábeis, estava grávida e com casamento marcado para 15 de julho.

Exatamente nesse local - que fica a 300 metros da Favela Naval - 15 dias depois da morte da universitária, a decoradora Lilian Miaguti, 41 anos, foi vítima de uma tentativa de assalto e morta com três tiros dentro em seu carro, um Fiat Elba. Na época, a decoradora também foi obrigada a parar o automóvel por causa do semáforo vermelho. Pouco depois, foi abordada por dois ladroes. Após os tiros, os assassinos fugiram sem levar nada da vítima, como geralmente acontece nesses casos.




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